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Fábrica de Móveis Romera em sede em Arapongas, no Norte do Paraná
Fábrica de Móveis Romera em sede em Arapongas, no Norte do Paraná| Foto: Divulgação

Após anos de dificuldade, uma das redes varejistas mais tradicionais do estado tem planos de novamente levantar voo. Com pedido de recuperação judicial aprovado no primeiro semestre deste ano, a Móveis Romera, fundada em Arapongas, na região de Londrina, quer deixar o passado recente de prejuízos, abrir 400 unidades nos próximos anos e atender compradores da região Oeste do país em um cinturão que vai do Paraná até Rondônia.

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De acordo com o responsável por elaborar o novo modelo da marca paranaense, Luciano Vital, especialista de mercado em reestruturações e gestão de negócios, a empresa deverá avançar por um nicho ainda pouco explorado no país. “A ideia é utilizar a base de ativos das 80 lojas da Romera e expandir um segundo braço de varejo, com lojas menores, onde a gente terá um mix center. É [um modelo] um e-commerce e [loja] presencial para atingir toda a região Oeste do Brasil, o cinturão do agro, desde o Paraná até Rondônia, com mais ou menos 400 lojas em cinco anos. Para atender essa população que não tem tanto acesso ao digital e não tem tanto acesso a bancos”, destaca.

De acordo com Vital, o comprador poderá, dessa forma, retirar pessoalmente suas compras, caso deseje, em um modelo híbrido entre lojas normais de móveis e lojas virtuais. “A gente observa nos últimos anos, principalmente nos Estados Unidos, com o próprio movimento da Amazon, com a Amazon Go, é [a necessidade] de ter pontos presenciais também. Você tem um híbrido entre o e-commerce e a experiência local. Temos sentido que esse é o novo normal do varejo”, diz.

Famosa em todo o estado, a Romera pediu recuperação judicial em 2018, após acumular dívidas de R$ 80 milhões. Nos últimos anos, o grupo encarou problemas de gestão e, a partir de 2015, de vendas. Quando o banco Bradesco adquiriu o HSBC no Brasil, em 2016, a empresa perdeu sua principal linha de crédito e as coisas começaram a piorar. Apesar disso, a empresa, com seus 14 milhões de clientes, sendo 3,8 milhões deles com potencial de tomar crédito, sempre foi atrativa a investidores – e o investimento privado veio justamente com o pedido na Justiça de renegociação de dívidas.

Apesar do momento de incerteza, Vital acredita em uma retomada sustentada do varejo. “A gente entende que os anos atípicos são de grande oportunidade. Principalmente em [atratividade de] capital externo. As empresas varejistas são as que mais cresceram nessa época, principalmente as que adaptaram o e-commerce em seu negócio”, defende. Números de maio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) indicavam uma alta na venda de móveis e eletrodomésticos de 47,5%.

Para a abertura das 400 lojas pelo Oeste brasileiro, a empresa pretende investir montante na ordem de R$ 70 milhões nos próximos cinco anos. Um retorno financeiro mais intenso deve ser observado em 2021, segundo a empresa, que está otimista mesmo para este segundo semestre.

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