A Transportes Gritsch planeja aumentar em 30% as entregas expressas em 2022. Para isso, a transportadora de Curitiba, que tem entre os clientes a varejista de materiais de construção e decoração Leroy Merlin, a fabricante de lentes Hoya e a Federação Nacional dos Bancos (Febraban), passou em março a fazer entregas 24 horas não só de empresas, mas também de pessoas físicas.
O que demandou um novo planejamento, com substituição de parte da frota e parcerias com transportadoras menores para complementar a operação.
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Com a ampliação, a transportadora reforça a busca e entrega rápidas nos mais distantes locais de nove estados e do Distrito Federal. Além do Paraná, a Gritsch atende todo o interior de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Bahia e Rondônia. "Em cidades maiores, como Londrina, quase todos os players entregam. Mas para cidades como Toledo e Umuarama, são poucas que entregam com prazo rápido", afirma o CEO da transportadora, Tércio Gritsch.
Toda a distribuição é feita a partir do Centro de Distribuição e Logística em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. De lá saem todas as encomendas para os centros de distribuição regionais da empresa, sempre com rastreamento.
"Transportamos pacotes com uma operação semelhante à dos grandes players no mercado, como Correios e DHL. A diferença é que alcançamos localidades onde poucas delas chegam", afirma o CEO. "Levamos essa velocidade de entrega nos locais mais distantes de toda as regiões Sul e Centro-Oeste, além da Bahia e Rondônia", complementa o executivo.
Tércio, que também é administrador do Grupo Gritsch, que engloba uma locadora de veículos, explica que a empresa pretende ocupar o espaço deixado pelos Correios nas entregas de urgência fora das capitais.
Isso inclui desde entregas de remédios e outros itens essenciais, como produtos ópticos, até documentos de municípios que não contam com digitalização. A Gritsch tem certificação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para transporte de fármacos - na pandemia, a empresa transportou no Paraná vacinas de Covid-19.
Interior
Só no Paraná, a entrega expressa aumentou 20% em três meses o serviço foi ampliado para pessoas físicas, com média de duas mil entregas diárias. Tércio explica que o valor do serviço é mais caro do que os concorrentes. Pelos Correios, por exemplo, o transporte de um pacote de 1 kg de Toledo para Curitiba custa, em média, metade do cobrado pela Gritsch. O diferencial é o tempo de entrega.
"Nós buscamos na porta do cliente e concluímos a entrega em 24 horas. Os outros players levam de 48 a 72 horas nessa mesma entrega. Quem precisa de um remédio ou mesmo de uma lente de óculos não pode esperar dois, três, quadro dias", reforça Tércio. "O custo é mais alto justamente porque entregamos rápido em locais remotos e com rastreamento, com a entrega podendo ser acompanhado pelo nosso SAC", complementa o CEO.
Os números reforçam a ocupação desse nicho. Hoje, 70% das entregas da Gritsch são no fluxo do interior para as capitais ou do interior para outras cidades do interior. "O sentido contrário, da capital para o interior, todas as empresas do setor fazem", afirma Tércio.
Esse movimento, explica o CEO, ganhou força na pandemia, quando muitos varejistas passaram a vender pelo ecomerce, incluindo os pequenos comerciantes. "A pandemia impulsionou esse segmento, com muita força no sentido contrário das rotas, ou seja, do interior para a capital. Isso permitiu que as empresas do interior também vendessem para a capital", compara Tércio, ao citar a venda de máscaras no pico da crise sanitária. "Quando as máscaras acabaram em Curitiba, as fabricantes do interior passaram a abastecer o mercado da capital", afirma.
Frota
Para cumprir o lema de "chegar onde as outras não chegam", a Gritsch começou a executar o planejamento em 2021. O primeiro passo foi readequar a frota. Na sequência, a empresa aumentou a parceria com pequenas transportadoras que atuam nas localidades mais remotas.
Foram investidos ano passado R$ 20 milhões na substituição de veículos pequenos por de médio porte, especialmente picapes. A transportadora também aumentou a capacidade dos caminhões. Tudo para atender o aumento da demanda do novo serviço.
Capilaridade com parcerias
A rede de pequenas transportadoras parceiras também cresceu, em torno de 9% até aqui em 2022 em relação a todo o ano passado. Tércio explica que em estados como Mato Grosso e Mato Grosso do Sul 100% de toda a operação é feita pela própria Gritsch. Mas em algum estados há necessidade de que a operação seja complementada por empresas que circulam por rotas de menor fluxo.
É o caso do Paraná, onde a Gritsch consegue atender com sua própria frota 80% do estado. Os outros 20% são feitos por transportadoras terceirizadas.
Essas transportadoras menores geralmente são empresas familiares que atendem municípios mais afastados, incluindo áreas rurais. A parceria, explica Tércio, não exige que essas transportadoras parceiras tenham que mudar suas rotas.
"A gente só introduziu produtos a mais para eles transportarem nas rotas que já fazem. Isso só agrega valor na operação dessas pequenas transportadoras", explica o CEO. "Cada pacote a mais é lucro para eles sem ter de mudar a rota. Se a transportadora vai buscar um remédio na farmácia de uma cidadezinha, por exemplo, já pode entregar um produto encomendado pelo nosso cliente", completa.
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