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1. E sucedeu que, no oitavo dia do segundo mês do ano de dois mil e vinte e quatro, em Ponta Grossa, terra de Paraná, levantou-se uma grande iniquidade contra Filipe, filho de Martins, que servira no palácio de Jair, o Presidente. E os homens da lei, enviados por Alexandre, o Calvo, prenderam-no sem causa e sem mandamento, e levaram-no cativo.
2. E a acusação que pesava sobre Filipe era estranha e falsa: diziam que ele havia fugido para a terra de Orlando, na distante América, para escapar da face da justiça. Mas Filipe não fugira, pois permanecera em sua morada em Ponta Grossa, e todas as suas pegadas e seus caminhos eram conhecidos. E ele não havia viajado, mas tomara seu voo para Curitiba, e as testemunhas e os registros falavam por ele: os papéis da Latam, as jornadas do Uber, os pães e as carnes do iFood, e os dados de sua voz que se comunicava pela terra, todos atestavam que Filipe estava no Brasil. E mesmo que tivesse viajado, não havia lei que o impedisse, pois era um homem livre.
3. E por seis luas inteiras, Filipe permaneceu em cativeiro, sem que se apresentasse contra ele uma acusação formal. E levaram-no para um calabouço escuro, sem luz e sem higiene, por dez dias e dez noites, e ali viu manchas de sangue nas paredes, como sinal da grande aflição. E havia um homem de maldade em meio aos guardas, que o perseguia, mas o Senhor o removeu de seu posto.
4. E os inimigos de Filipe buscavam que ele falasse mentiras e que acusasse Jair, o Presidente, para que se salvasse. Mas Filipe, em seu coração, era firme como uma rocha. E ele disse aos seus opressores, com a sabedoria dos antigos sábios, como Sócrates falou em tempos idos: “Não farei confissões, pois não há o que confessar. Prefiro sofrer a injustiça a cometê-la”. E sua alma não se dobrou, nem vendeu a sua verdade por libertação, diferentemente de Mauro, o Delator, que se tornou um Rubashov, entregando-se à mentira sob grande aflição.
5. E foi revelado um grande segredo, que fez tremer a terra. Pois os advogados de Filipe, Jeffrey e Ricardo, os eloquentes, descobriram que, três luas antes de o prenderem, Alexandre, o Juiz, e Fábio, o Delegado, já possuíam os dados dos caminhos de Filipe, e sabiam que ele não havia viajado para a terra de Orlando. E eles haviam pedido os registros de suas pegadas, mas ocultaram a verdade. E grande foi a sua iniquidade, pois prenderam um inocente, sabendo de sua retidão, para persegui-lo e forçá-lo a falar o que não era.
6. E quando Filipe, após seis luas de cativeiro, finalmente teve permissão para falar, aos vinte e quatro do sétimo mês de dois mil e vinte e cinco, no terceiro ano do mandato de Luiz, o Inácio, diante do Juiz Auxiliar, que queria apressá-lo, ele disse: “Eu sou um preso político, e minha voz foi calada por quase dois anos. E é a primeira vez que falo, pois não me permitiam ser visto, nem filmado, nem ouvido nas praças públicas da internet”. E ele revelou as muitas proibições que lhe foram impostas, para que sua imagem e sua verdade fossem escondidas da face da Terra.
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A história de Filipe, o Justo, é como a de Dreyfus, o Inocente, que foi falsamente acusado e exilado por ser de sua tribo e por um engano forjado
7. Pois também sobre Filipe, o Justo, da mesma tribo de Dreyfus, levantou-se uma falsidade nas terras americanas, e a justiça de lá investiga quem forjou seu registro, e esse malfeitor não terá clemência. E assim como Dreyfus foi preso por um escrito encontrado no lixo, Filipe foi aprisionado por uma minuta fantasma, que ninguém jamais viu, fruto de uma pescaria sem honra.
8. E esta é uma história que não morrerá. Pois Filipe, o Justo, é como aqueles que se recusaram a ceder à escuridão, mesmo quando o meio-dia se transformou em noite. E como Paulo, o Apóstolo, que, mesmo açoitado e preso sem julgamento, exigiu que os magistrados viessem e o soltassem pessoalmente, assim também a verdade de Filipe não poderá ficar oculta para sempre. E a palavra do Senhor, que disse: “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”, será cumprida em sua vida.
9. E grande é a nossa esperança de que os tempos de crime sem castigo e castigo sem crime cheguem ao fim. E que aqueles que agiram com maldade e perverteram a justiça sejam julgados. E que Filipe, o Justo, seja por fim completamente libertado de todas as restrições, e que sua honra seja restaurada à luz do sol. E assim como a multidão clamou por Dreyfus: “Viva a verdade!”, assim também clamaremos por Filipe. Pois a luz não será completamente engolida pela noite imposta, e o justo prevalecerá.
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