Cem anos! Quem diria? Como o tempo passa rápido. Pois há 100 anos morria Franz Kafka, um dos autores fundamentais da literatura ocidental. E morreu na esperança de não deixar registro de sua existência. Logo ele que, com "O Processo", seria tão fundamental para escancarar a mentalidade totalitária dos séculos 20 e 21.
"O Processo", por sinal, começa com uma das frases mais emblemáticas da literatura mundial: "Alguém certamente havia caluniado Joseph K., pois uma manhã ele foi detido sem ter feito mal algum".
A realidade de Joseph K. foi a mesma de milhões de pessoas que viveram sob regimes totalitários na União Soviética, na Alemanha nazista e na China de Mao. E, agora, essa parece ser a realidade de milhares de brasileiros que vivem sob o regime PT-STF. Brasileiros que foram detidos e estão sendo condenados a penas absurdas sem terem feito mal algum.
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Pedro Vaca
Essa é a aula de realidade e literatura que o representante da Comissão Interamericana de Diretos Humanos, Pedro Vaca, está tendo no Brasil de Alexandre de Moraes: a de que o Brasil é, hoje, um país kafkiano onde o povo é detido sem fazer mal algum, vitima da calúnia oportunista do Estado - e com a justificativa mentirosa de estar defendendo a democracia, ainda por cima.
No caso brasileiro, contudo, o processo começou a seis anos, com a instauração do chamado Inquérito do Fim do Mundo. Aonde isso vai dar? O relatório de Pedro Vaca, apesar de todo o ceticismo que o cerca, talvez aponte um caminho.
O fato é que vivemos, sim, num país kafkiano. Um país em que parlamentares são presos por crime de fala. Um país em que foi criada uma máquina de censura com financiamento de instituições estrangeiras, que persegue os próprios cidadãos.
Aquilo que o Kafka profetizou no seu livro há 100 anos está se realizando no Brasil hoje.
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