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Durante esta semana, estive com a comitiva da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que presido, em Nova York, para a Brazilian Week, evento que concentra o mercado produtivo mundial.
Neste ano, houve amplo destaque ao potencial verde do Brasil, com discussões sobre infraestrutura, regulação, temas institucionais e outros assuntos que despertam o interesse dos investidores globais. Estivemos ao lado dos principais agentes do mercado mundial de bioenergia e pudemos divulgar e apresentar o protagonismo do Brasil nessa área.
Uma oportunidade e tanto para mostrarmos como o setor produtivo brasileiro não apenas se preocupa com o avanço tecnológico sustentável, mas também atua com amplo protagonismo do agronegócio nacional na busca por energias limpas e pela redução dos impactos ambientais.
É fundamental que nós, enquanto parlamentares, façamos a defesa do Brasil no exterior, contra narrativas que tentam relegar ao agro uma posição que não lhe cabe: a de destruidor do meio ambiente.
É uma injustiça, uma inverdade presente em narrativas falsas disseminadas por quem tenta prejudicar a produção nacional.
A ninguém mais do que ao produtor rural interessa garantir que o equilíbrio entre solo, água e clima funcione adequadamente, para garantir duas, três ou até quatro safras por ano
E isso só é possível com respeito ao meio ambiente e com a adoção de práticas sustentáveis, como já ocorre em larga escala no campo.
Reiteramos, em Nova York, que o Brasil possui a legislação ambiental mais rigorosa do mundo — o Código Florestal —, que infelizmente também é alvo de ataques constantes. Seja por decisões judiciais que desrespeitam a legislação federal, seja por portarias e decretos que tentam impor uma vontade ilegítima e que sobrepõe a lei aprovada pelo Congresso Nacional.
Também destacamos, em diversas ocasiões, os avanços legislativos conquistados com o trabalho da FPA e de sua equipe técnica: o Programa de Transição Energética (PATEN), o Combustível do Futuro, a nova legislação dos biocombustíveis com valorização do Renovabio, entre outros.
É claro que temos gargalos e dificuldades. O maior deles, sem dúvida, é a infraestrutura logística. Superar esse desafio exige vencer a burocracia estatal, simplificar processos e, efetivamente, colocar o Brasil na rota do futuro.
Trilhamos um caminho com obstáculos. O mais recente foi a confirmação do primeiro caso de influenza aviária H5N1 no país, no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul.
Estamos atentos e preocupados, especialmente porque mercados como China e União Europeia demonstraram apreensão com o frango brasileiro.
Reforçamos, junto aos produtores rurais, a importância de ações rápidas e eficazes para o isolamento da área afetada, medida que já foi tomada no estado gaúcho. Confiamos na capacidade dos fiscais de vigilância sanitária para garantir a qualidade reconhecida mundialmente dos nossos alimentos.
É fundamental, também, que o governo brasileiro mantenha comunicações claras e constantes com nossos parceiros comerciais internacionais. Nossa diplomacia e nossos adidos estão preparados e certamente atuarão para evitar interrupções prolongadas nas exportações.
Os governos dos três estados do Sul — Rio Grande do Sul, Santa Catarina e o meu Paraná — também estão em alerta. Juntos, respondem por 78% das exportações de frango do país.
Somente nos próximos dias saberemos os reais impactos na cadeia produtiva. Seguiremos vigilantes e trabalhando, diuturnamente, para fiscalizar e acompanhar as ações governamentais, e garantir que as perdas para os produtores rurais sejam as menores possíveis.
Conteúdo editado por: Aline Menezes




