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Diretor fala de seu filme lançado em Berlim
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“Querência”, do cineasta  brasileiro Helvécio Marins (Girimunho) teve sua première mundial para o público ontem (08.02) na Mostra Fórum da 69ª edição do  Festival de Berlim.

A Fórum é uma importante vitrine, conhecida por escolher trabalhos que desafiam convenções,  como é o caso de “Querência”, que  conta a história de Marcelo (Marcelo di Souza), um vaqueiro que tem sua vida transformada após ser vitima de um assalto na fazenda em que trabalha com o roubo de um grande número de cabeças de gado.

O incidente o impacta profundamente. Mas com a ajuda de seus amigos, se reconstrói para realizar seu maior sonho: o desafio de se tornar um narrador de rodeios.

Os atores não são profissionais. Numa declaração no release de divulgação, Marins disse que ter trabalhado com pessoas que são amadores resultou num processo de criação de laços de confiança mútua.

“A construção dessa relação só acontece com bastante tempo de convivência, de trabalho, de amizade e de troca. E só assim foi possível que o Marcelo, o Kaic, o Branco, o Roni e todos pudessem ser dirigidos sem deixar de ser o que na verdade são.  Foi um processo de generosidade que se reflete na tela”, revelou o cineasta que já tem uma ligação com Berlim.  “Querência” foi premiado com o fundo alemão World Cinema Fund, ligado à Berlinale.  E em 2014 foi homenageado pelo governo alemão e pela DAAD pela relevância de sua obra.

Marins conversou com a Gazeta do Povo sobre a motivação para fazer o filme e o significado de lançá-lo no festival.

O que representa para você e para o filme essa seleção em Berlim?

Acho que qualquer cineasta fica feliz com a seleção para o Festival de Berlim.  É um dos três maiores festivais do mundo e acaba sendo o que cada realizador mais deseja para o seu filme. Então fico feliz por isso.  Berlim é a cidade do meu coração.  Então acho que tudo fica mais especial.

Qual a principal motivação para contar a história do vaqueiro Marcelo?

O Marcelo é tudo que eu não vejo no mundo de hoje. Ele é a candura, é a simplicidade, a abstenção das coisas. Ele não se preocupa com poder, ele acaba sendo um anti-herói desse mundo moderno.   É  uma pessoa que tem um coração e uma alma que, neste mundo,  não existe mais. Em um Brasil de hoje em que o discurso de ódio é imperativo, ter um cara que é cheio de amor no coração e também que é meu amigo me toca muito.

Seu trabalho tem sempre uma grande identificação com os espectadores. Qual reação espera desse público?

Sobre estar na Fórum, eu acho que é a mostra mais voltada para o tipo de cinema que eu faço em Berlim.  Eu não sei o que esperar muito do público, mas acho que ele vai muito bem, tem tudo para ser bacana.

 

MOSTRA OFICIAL

Os destaques da principal mostra do festival deste sábado (09.02) são  os filmes

“Out Stearling Horses”, do norueguês Hans Peter Moland – um drama sobre um viúvo que, após a perda da mulher, decide se retirar para uma casa remota nomeio da floresta, onde um encontro casual reacende memórias do seu passado –  e “The Golden Glove”,  do teuto turco Fatih Akin sobre um serial killer que aterroriza os moradores de Hamburgo no início dos anos 1970.  Através da história, o diretor  recria a vida noturna da cidade.

 

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