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Jonathan Ernst /Reuters
Jonathan Ernst /Reuters| Foto:

Uma das notícias mais comentadas da semana foi a venda do jornal The Washington Post, um dos mais importantes dos Estados Unidos, para Jeff Bezos, o fundador e CEO da Amazon, por US$ 250 milhões, ou R$ 575 milhões. A decisão da família Graham, comandada por Donald (Don), ganhou análises de algumas publicações americanas. David Remnick, editor da revista The New Yorker que trabalhou no Post, escreveu longamente sobre a venda, comentando que o anúncio de Don Graham foi uma surpresa porque ele simplesmente adorava o jornal. Tanto que, em vez de fechá-lo, preferiu vendê-lo para alguém capaz de enfrentar as dificuldades atuais. Ao menos foi essa a interpretação de Remnick.

Essencial

Na carta de Jeff Bezos para os funcionários do Washington Post, publicada pelo próprio jornal, Bezos não descarta, obviamente, as mudanças. “Isso é essencial e aconteceria com ou sem um novo dono”, afirmou. “A internet está transformando quase todos os aspectos do ramo: encurtando o ciclo das notícias, afetando fontes de receita que costumavam ser garantidas e criando novas formas de competição, algumas custando muito pouco para serem feitas ou não custando nada”. “Nós precisaremos inventar”, emendou Bezos. “O que significa que teremos de experimentar. Nossa pedra de toque será os leitores, entender com o que eles se importam – governo, lideranças locais, abertura de restaurantes, segurança, negócios, questões humanitárias, esportes – e trabalhar a partir disso. Estou entusiasmado e otimista com a oportunidade de inventar.”

Lucidez

John Cassidy, outro colaborador da New Yorker, ofereceu um ponto de vista “cético” sobre a compra do Post por Jeff Bezos. Ele não acha que o fundador da Amazon está fazendo isso por caridade e também não acredita que exista uma solução espetacular para a crise dos jornais – “se houvesse, alguém já a teria encontrado”. Cassidy acredita que Bezos está atrás de influência política e isso ele terá sendo o dono do principal diário da capital norte-americana. Cassidy diz não acreditar que Bezos seja capaz de pautar seus editores: “Mas, por meio dos editoriais do Post e do acesso que o dono de um jornal tem a pessoas influentes, ele terá condições de fazer a sua opinião ser ouvida de modo muito mais claro. E isso, com certeza, deve valer alguma coisa para ele. Duzentos e cinquenta milhões de dólares, talvez?”.

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