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<b>Tradição deixa jovens japoneses à margem do mercado de trabalho</b>
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Andres/SXC
Jovens japoneses, apesar da qualificação, não conseguem se estabelecer num mercado de trabalho que privilegia os mais velhos.

A sociedade japonesa, que sempre teve como traço cultural o respeito e referência aos mais velhos, está se tornando mais rígida e metódica do que era. A afirmação é fruto das conclusões de jovens japoneses que – apesar da alta qualificação profissional – não encontram postos de trabalhos regulares no país. Sem saída, eles se veem forçados a procurar oportunidades em outras nações asiáticas em desenvolvimento, como Coreia do Sul ou Taiwan.

É que as empresas japonesas destinam os cargos fixos – com garantias empregatícias, benefícios e melhores salários – aos trabalhadores de idade mais avançada. Aos mais jovens, restam apenas vagas temporárias, sem vinculação à empresa ou qualquer tipo de estabilidade ou segurança. Por isso não é raro encontrar funcionários com 30 ou até mesmo 40 anos de casa nas empresas.

O problema central dessa política empregatícia é que os jovens – detentores de um novo conhecimento, novas abordagens e técnicas – não conseguem se estabelecer no mercado de trabalho, impossibilitando a renovação da economia japonesa.

Um país que já foi considerado uma das grandes potências mundiais, mas que hoje vê a agência de classificação de risco Standard & Poor’s – a maior provedora de informações sobre os mercados financeiros globais – rebaixar a nota de crédito do Japão pela primeira vez desde 2002, acusando o governo japonês de não ter uma “estratégia coerente” para reduzir aquela que é considerada a maior dívida entre as nações industrializadas.

Em resumo, caso o Japão não reverta esse tipo de política empregatícia e passe a oferecer oportunidades profissionais atraentes mesmo para os recém-saídos das universidades, é possível que o país se perca na própria obsolescência e seja esmagado pelos demais tigres asiáticos – que ao contrário do Japão, apostam na inovação tecnológica e pessoal para garantir a sobrevivência e o crescimento de suas economias.

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