A censura, seja ela oficial ou não, é como um aborto. O que talvez explique por que a esquerda gosta tanto desse expediente. O feto, neste caso, é a palavra que, por uma série de mecanismos, é extirpada do ventre intelectual e jamais se transforma em ideia. O caso da jornalista repreendida ao vivo por usar o inocente verbo “denegrir” é só mais um desses abortos horrendos realizados em praça pública.
E que se tornarão mais e mais comuns. Porque a censura a determinadas palavras não obedece a nenhuma lógica lexical ou racial. A censura a palavras como denegrir, criado-mudo, nhaca e até boçal (claro que não poderia faltar o boçal!) é apenas e tão-somente uma demonstração de força da turminha do “ódio do bem”. Essa mesmo que não pensaria duas vezes antes de botar uma bala na nuca de quem se atrever a dizer que fez qualquer coisa nas coxas.
Eles não querem educar. E não estão nem aí para a história da palavra. O sentimento das improváveis vítimas dessa “violência vocabular” tampouco está no rol de preocupações da militância. O que eles querem é mostrar quem manda. Quem berra mais alto. Quem tem mais amigos no Supremo Tribunal Federal ou no conselho diretor do Twitter.
Não há nada de mais pornográfico do que uma consciência que se troca pela aceitação do grupelho. E é justamente isso o que se vê no caso do coitado do verbo denegrir, que nunca açoitou nenhum negro no pelourinho. A militância sabe que o verbo é inocente, que a ele não se pode imputar quaisquer intenções racistas. A militância sabe que as pessoas denigrem desde que o latim era língua corrente.
Mas há fatos que, para a militância, não merecem ser levados em conta. A realidade, para eles, precisa se conformar a um ideal artificialmente construído. “Você vai acreditar em mim ou no que seus olhos veem e ouvidos escutam?”, perguntam os líderes revolucionários. E ai daquele que decidir acreditar nos próprios sentidos!
Os militantes do movimento negro, movidos pelo ressentimento histórico, querem subjugar aqueles que, em suas imaginações miseráveis, herdaram de antepassados o desejo de escravizar seus semelhantes. Eles querem humilhar. Querem que você peça desculpas. Querem que você baixe a cabeça. Querem colocá-lo num tronco e açoitá-lo em praça pública – exatamente como acontecia com os antepassados deles, num tempo que é uma das grandes vergonhas da Humanidade, mas que felizmente ficou para trás.
Ao exaltar as trevas no embate claro x escuro contido em verbos como denegrir ou esclarecer, é como se a militância assumisse preferir o breu da ignorância amargurada, abandonando de vez a busca pela verdade – simbolicamente representada por tudo aquilo que é claro e evidente não só aos olhos, mas também à alma.
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