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Nome de cachorro
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Juraci: passarinhada folgada!

Um dos maiores indícios de que esse mundão está mesmo cada vez mais chato são os nomes que as pessoas põem em seus cachorros atualmente. É cada vez mais raro encontrar um bicho com nome criativo e engraçado – o que, na minha humilde opinião, deveria ser regra. A onda é botar nome de gente na cachorrada.

Esqueçam os Petelecos, os Piratas, os Amendoins e tantos outros nomes bacanas. Agora a bicharada responde por Nícolas, Amanda, Glória e por aí vai. Se você chamar alguém na rua, corre o risco de levar umas lambidas na cara de algum cachorro que se confundiu e pensou que a coisa era com ele.

Esses dias topei o convite do meu amigo Cahuê Miranda pra tomar umas cervejas e assistir ao DVD dos gols mais bonitos do Zico. Cheguei lá e fui apresentado ao cachorro dele. Simpático o lhasa-apso – nem sabia que existia uma raça de nome tão estranho. Só fiquei meio frustrado com o velho Cahuê pelo nome da fera: Manuel.

Tudo bem, a homenagem a Tim Maia era justa. Manuel, no caso, refere-se a Manuel Jacinto Coelho, “o maior homem do mundo, homem sábio e profundo”, líder da Cultura Racional, citado por Tim na canção O Grão-Mestre Varonil em sua fase despirocada (quero dizer, despirocada acima do normal para os padrões Maia), porém completamente incrível musicalmente. Desculpa, Cahuê, mas acho que Barbicha cairia melhor. Acho até que ele se sentiria mais relaxado e não teria aquele problema de vomitar constantemente que você me falou.

Certa vez, outro amigo, o Helder Cyrelli, comentou que quando o pai dele era criança tinha um vira-lata (ops, desculpa, essa papagaiada de politicamente correto exige chamar esses cães de Sem-Raça Definida, em letra maiúscula, e até sigla essa bobagem tem, SRD – definitivamente, o mundo está mesmo perdido!) chamado Divertido. Genial! Confesso que nunca vi um nome de cachorro tão jóia.

Ele pode até ser um cachorro mau. Ele pode até te morder. Ele pode te passar raiva, sarna, bicho geográfico, leptospirose e qualquer tipo de doença. Mesmo assim ele segue sendo divertido. O que um nome certo não faz?

Outra prova de que a criatividade faz toda diferença é de que se você se confunde com um nome engraçado a coisa pode ficar ainda melhor. Como o caso da Paçoquinha, cadela do Robson De Lazzari, parceiro aqui de Gazeta. Em um churrasco no fim do ano passado a rapaziada engatou um embalo no evento que chegou um momento em que nem o nome da mãe os caras se lembravam mais. Foi aí que a Paçoquinha virou Pé-de-moleque, Pimentinha, Abobrinha. Até de Pororoca ela foi chamada. E a Piment… digo, Paçoquinha, não reclamou em nenhum momento. Tudo bem que a gente deu uma quantidade monstruosa de ossos pra ela passar o tempo. Mesmo assim acho que ela levou numa boa as novas alcunhas.

Mas agora eu vou ficando por aqui, minha gente. Não vou mais me estender no assunto porque a Juraci, a cadelinha aqui de casa, está me arranhando a perna pedindo atenção – deve ser fome. E antes que vocês me massacrem nos comentários, aviso: não fui eu que escolhi o nome dela! Por mim seria Divertida, Amendoim, Pimentinha…

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