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Juízes de Guantánamo suspendem seis julgamentos após pedido de Obama
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Dois juízes militares suspenderam por 120 dias os julgamentos contra seis acusados de terrorismo que estão detidos na prisão americana de Guantánamo, localizada em Cuba. A suspensão foi dedicida após determinação do recém-empossado presidente dos EUA, Barack Obama.

Os magistrados Stephen Henley, que conduz os processos de cinco detentos acusados de envolvimento nos ataques de 11 de setembro de 2001, e Patrick Parrish interromperam os procedimentos judiciais. Parrish deveria iniciar o julgamento de Omar Khadr, um canadense acusado de matar um soldado dos Estados Unidos no Afeganistão em 2002.

Dadang Tri / Reuters
Ativistas dos Direitos Humanos protestam em frente à embaixada dos Estados Unidos pedindo o fechamento da prisão de Guantánamo, em Jacarta

Obama já anunciou duas medidas nesta terça-feira (20), horas depois de tomar posse em Washington. Em meio às comemorações e aos bailes que marcaram o dia , Obama ordenou que todas as agências e departamentos federais interropessem qualquer processo de regulamentação até que sejam feitas revisões. O novo presidente também requisitou a suspensão dos processos em curso na prisão de Guantánamo, em Cuba, por 120 dias.

“Nesta tarde, o chefe de gabinete da Casa Branca, Rahm Emanuel, assinou um memorando enviado a todas as agências e departamentos pedindo que interrompam todas as regulamentações pendentes até que uma revisão legal e de diretrizes possa ser conduzida pelo governo Obama”, disse a Casa Branca em comunicado horas depois da posse de Obama.

A revisão é uma ferramenta comumente usada por uma nova administração para atrasar as chamadas regulações tomadas na calada da noite, chamadas nos EUA de “regulações da meia-noite”, por ex-presidentes entre a eleição e o dia da posse.

Essas regulações foram amplamente usadas por ex-presidentes recentes, incluindo o democrata Bill Clinton, o republicano George Bush e, mais recentemente, seu filho George W. Bush.

Regras tardias e controversas formuladas pelo agora ex-presidente Bush incluem a permissão para o porte de armas escondidas em alguns parques nacionais e a retenção de verbas para instituições de saúde que discriminem médicos e enfermeiras que se recusem a trabalhar em abortos ou na distribuição de anticoncepcionais com base em credo religioso.

A lei federal exige um período de 60 dias até que qualquer importante mudança regulatória entre em vigor, de modo que alguns presidentes tentam publicar o maior número de regulamentações possíveis para assegurar que elas já estejam valendo antes da posse do novo presidente.

HO / Reuters
Atualmente 248 presos são mantidos na base naval de Guantánamo

Processos incluem acusados de participar do 11 de setembro

Em meio aos bailes que ocorriam na noite desta terça-feira (madrugada de quarta no Brasil), Obama pediu que os processos militares envolvendo presos em Guantánamo sejam suspensos por 120 dias. O pedido foi confirmado por um militar que trabalha na prisão. Um comunicado divulgado logo depois diz que a medida foi tomada “no interesse da Justiça e pedido do presidente dos Estados Unidos”. Ainda segundo o comunicado, o adiamento “permitirá que o presidente e seu governo tenham tempo para revisar o processo das comissões militares”. O pedido deverá ser analisado pelos juízes militares ainda nesta quarta-feira.

“Os juízes receberam o pedido e vão dar uma posição em breve” afirmou Jeffrey Gordon, porta-voz do Departamento de Defesa.

Entre os processos que podem ser congelados (21 no total) estão o de cinco prisioneiros acusados de terem participado dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, que podem ser condenados a pena de morte.

Atualmente, 248 presos são mantidos detidos em Guantánamo. Desde a campanha, Obama vem dizendo que planeja fechar o presídio, marcado durante a administração Bush por denúncias de desrespeito aos direitos humanos e práticas de tortura.

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