• Carregando...
No último debate, Obama e McCain partem para o ataque
| Foto:
Paul J. Richards/AFP
Alunos da Universidade de Hofstra participam de ensaio para o debate
Jim Bourg/Reuters
Os candidatos à Casa Branca iniciaram o debate defendendo suas propostas para superar a crise econômica e seguiram para assuntos mais polêmicos, como aborto e mudanças relacionadas a planos de saúde para a classe média

O terceiro e último debate entre os candidatos à Presidência dos Estados Unidos, o democrata Barack Obama e o republicano John McCain, foi o mais quente e o que permitiu maior discussão entre os concorrentes a Casa Branca.

No encontro, mediado pelo jornalista Bob Schieffer, da CBS, na Universidade Hofstra, em Long Island (Nova Iorque), os eleitores puderam ter uma melhor ideia de como os candidatos se posicionam sobre temas importantes. O formato e o mediador ajudaram. Schieffer foi incisivo para que ambos respondessem às perguntas, sem que pudessem divagar – algo bastante comum nos encontros anteriores.

O Brasil também foi mencionado pela primeira vez nos três debates. John McCain, quando questionado sobre a dívida pública dos EUA, disse que pretende cortar gastos do governo, como reduzir os subsídios ao etanol americano e importá-lo do Brasil.

Bush

Em queda nas pesquisas, McCain tentou se afastar da atual administração Bush. Em um de seus melhores momentos, disse: “senador Obama, eu não sou o presidente George W. Bush. Se você queria concorrer com o presidente Bush, deveria ter feito isso há quatro anos”.

“Estou decepcionado que o secretário Paulson não tenha feito do socorro às hipotecas uma das suas prioridades”, disse ainda McCain, no final da primeira resposta, quando explicou seu plano econômico, que prevê a destinação de US$ 300 bilhões para que os americanos não percam suas casas hipotecadas. Ele criticou Paulson por ter socorrido Wall Street e não a classe média. “Estou convencido que enquanto não contivermos essa crise no mercado imobiliário, a situação não irá melhorar”, disse o republicano. “É preciso que as pessoas fiquem com suas casas”, afirmou.

Obama defendeu seu projeto de pacote para a classe média. Ele também destacou que incentivará as empresas que contratarem funcionários nos Estados Unidos, ao invés de subsidiárias no exterior. McCain acusou Obama de querer aumentar impostos para as pequenas empresas e “prejudicar” o sonho americano.

Livre comércio

Mais tarde, o republicano acusou o democrata de ser contrário a acordos de livre comércio. Os candidatos respondiam a uma pergunta sobre em quanto cada um reduziria a dependência ao petróleo estrangeiro. McCain disse que será possível eliminar a dependência entre sete e oito anos, a partir do momento que os EUA ampliarem a exploração “offshore” de petróleo no litoral americano e as importações de petróleo do Canadá. Com isso, reduziriam as importações da Venezuela e Oriente Médio.

Obama propôs investir em biocombustível e energias renováveis e ao mesmo tempo fazer uma exploração “offshore” mais controlada. Segundo ele, se os EUA fizerem isso eliminarão a dependência em 10 anos.

“O senador Obama quer revisar o Nafta. Ele disse isso aos canadenses, que falaram: ‘bom, vamos vender nosso petróleo à China’”. Obama reagiu: “Eu gosto do livre comércio. Mas nem todo tratado comercial é bom”.

Valores

Em certo momento, Schieffer perguntou se eles nomeariam um juiz para a Suprema Corte que declare o aborto ilegal em todo o país. McCain respondeu dizendo que é contra o aborto, mas que nunca perguntaria ao juiz sua opinião para então escolhê-lo para a figurar na Corte. Disse também que essa é uma questão a ser decidida por cada um dos 50 estados, mas lembrou o quão importante é encaminhar filhos indesejados para adoção – ele e sua mulher têm filhos adotados. Obama, por sua vez, também se declarou contra o aborto, mas acredita qua a decisão cabe às pessoas envolvidas, lembrando que a Constituição garante o direito dos cidadãos à privacidade.

Em seus comentários finais, os dois candidatos ressaltaram a necessidade de mudanças urgentes nos EUA. Ambos admitiram que o país passa por um período muito difícil e que a insatisfação é generalizada.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]