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“Vivo um amor platônico por uma pessoa que me despreza. Apesar de estar sempre tentando esconder, ela deve saber dos meus sentimentos e por isso abusa. Ela joga charme, me ilude pra tirar proveito quando precisa. Quando está tudo bem, some e nem atende meus telefonemas. Infelizmente, nem sempre mandamos no nosso coração”. Dario, 36 anos.

O amor platônico em nada se assemelha ao amor idealizado, impossível e reprimido. O amor platônico existe entre duas pessoas que se querem bem, mas o interesse sexual é sublimado, transformado em objetivos comuns, desejos e interesses que superam o encontro sexual.

Para os adolescentes e jovens adultos o amor platônico é um amor a distancia que se reveste de fantasias e de idealização. O objeto do amor é o ser perfeito, os defeitos são minimizados. Na maioria das vezes a aproximação do objeto do desejo torna-se quase impossível. Ora por timidez, por insegurança, questões emocionais ou por imaturidade. É muito comum o adolescente, na fase normal de amadurecimento afetivo, se apaixonar por um artista ou por um professor. Este sentimento desaparece quando surge uma paquera ou uma paixão real.

A ilusão de amar a distancia satisfaz por pouco tempo. Ninguém suporta viver muito tempo privada do contato com o outro. É da nossa natureza querer trocar afetos, mostrar-se para o outro, cuidar e ser cuidado, enfim, viver uma das experiências mais enriquecedoras que é amar e ser amado. Necessitamos da troca emocional para suportar os altos e baixos do cotidiano. Este processo é sempre vivenciado por pessoas com maturidade para reconhecer seus desejos do amor erotizado, carnal.

São inúmeras as situações que inviabilizam um relacionamento amoroso. Sim, nem todos os amores são possíveis. E, muitas vezes, as pessoas confundem amor platônico com amor impossível. Pessoas muito tímidas ou com baixa autoestima, com medo de rejeição se escondem e não expõem seus sentimentos. Até porque no papel de vítimas sentem-se fortes. Nossa sociedade costuma paternalizar os fracos e rotula quem se assume em busca da realização de seus desejos. Cada um age de acordo com os seus interesses.

Costumo dizer que quem se coloca como um tapete está pedindo para ser pisado. Este parece ser o caso do Dario. Qual o medo? Sentimento de desvalorização? Medo de não atender aos anseios do objeto amado? Diferenças sociais e ou financeiras? É uma pessoa comprometida?

O primeiro passo é descobrir porque se apaixonou por esta pessoa e se efetivamente não é um amor impossível. É fundamental se autoanalisar, sim! Já viveu um amor real? As frustrações passadas estão impedindo um encontro real? A fantasia tira a pessoa da realidade.

Que tal enfrentar a situação?

Sim, isso mesmo. Tomar uma atitude: abrir o jogo, partir para outra ou assumir que gosta de sofrer, sem culpar o coração.

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