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No eterno jogo da conquista, em que parecer interessante é a chave de tudo, muitas mulheres estão deixando escapar a cara-metade por causa do excesso de bebida. É notório que homens e mulheres estão bebendo mais e começando cada vez mais cedo. Mas, o fato que tem chamado minha atenção é o grande número de mulheres jovens, bonitas, com bom nível cultural e financeiro que estão fazendo uso abusivo do álcool.

A maior liberdade das mulheres na sociedade e o ingresso no mercado de trabalho fizeram com que elas começassem a beber mais e a desenvolver doenças que eram tipicamente masculinas, como o estresse e o enfarto. Como não há mais culpa em beber publicamente, muitas garotas bebem para impressionar os garotos. Já as mulheres com mais de 40 anos alegam beber além da conta em função das desilusões amorosas, dificuldades para encontrar um novo parceiro, falta de sentido para suas vidas quando os filhos se tornam independentes e saem de casa ou porque a solidão machuca muito. Os avanços tecnológicos (TV, internet, celular) têm facilitado as comunicações, sim. Mas, por outro lado, por causa deste aparato, vivemos a era do individualismo, onde as pessoas encontram dificuldades nos seus relacionamentos interpessoais.

Alguns estudos mostram que há alguns anos para cada dez pessoas que bebiam, nove eram homens e apenas uma era mulher. Hoje a proporção já é quase a mesma. A questão que não pode ser esquecida diz respeito às diferenças físicas e biológicas. O organismo da mulher é mais frágil. O homem tem mais massa muscular e por isso suporta algumas doses a mais do que a mulher. O problema é ainda mais grave quando se sabe que as mulheres tendem a desenvolver a dependência do álcool mais rapidamente do que o homem. Segundo a psiquiatra Analice Gigliotti, presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (Abead), o homem pode levar entre dez e quinze anos para se tornar alcoólatra, enquanto a mulher pode se tornar em mais ou menos quatro anos.

A indústria quer mais mulheres bebendo. Para isso tem se esmerado em jogar na mídia comerciais atraentes com muita gente famosa, bonita, rica e feliz, ingredientes que a nossa sociedade valoriza. Na balada é possível observar as alterações de comportamento dos jovens. Alguns se excedem na bebida e tornam-se muito chatos. Algumas garotas alegam não dar a mínima chance de aproximação para aqueles que chegam “travados”. Já as pessoas mais tímidas necessitam de algumas doses de álcool para se soltar e, muitas vezes, acabam sendo rejeitadas quando passam da conta. Há quem diga que um homem que bebe demais se torna um babaca. Já a mulher, um alvo fácil.

Juan, 38 anos, publicitário, solteiro, caprichou na escolha do restaurante para o primeiro encontro com Suzana, 29 anos, designer de moda.
Ele sugeriu um vinho, mas ela optou por uma caipirinha. Ele então preferiu pedir um refrigerante. O papo fluía bem até ela pedir a terceira dose. A esta altura, ela ria alto, falava sem parar dos defeitos dos ex-namorados e passou a flertar descaradamente com um cidadão sentado na mesa ao lado. Sentindo-se constrangido, pediu licença para ir ao banheiro. Chamou discretamente o maitre, pagou a conta e foi embora, sem olhar para trás.

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