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Separação, violência, morte, drogas, sexualidade, catástrofes.
Fazem parte da vida. Por que temos tanta dificuldade para abordar esses assuntos com os nossos filhos?

Papai foi embora porque não gosta mais de nós? O vovô não volta mais? Por que ele virou uma estrelinha? Mãe, quem colocou a sementinha na sua barriga? E por que as pessoas se matam nas guerras?

As crianças da era do aparato tecnológico – TV, internet, celular – cada vez mais cedo se defrontam com a realidade que as rodeiam. Por isso, é comum sermos apanhados por perguntas desconcertantes e, muitas vezes, ficarmos sem saber o que dizer. Há quem diga: Não faça perguntas difíceis, vá brincar! Agora não, estou assistindo o noticiário ou a novela!

Se nossos filhos têm acesso a informações pouco apropriadas para a idade através dos amigos, nos noticiários ou na escola, porque então não nos preparamos melhor para orientá-los, para responder seus questionamentos? Por que delegar a outrem o que nos compete? Nunca saberemos que tipo de abordagem uma terceira pessoa usará e, certamente, quando as respostas não são encontradas dentro de casa é fora dela que irão buscá-las.

Num ambiente sereno, tranqüilo e aberto ao diálogo pais e filhos devem se abrir e falar sobre assuntos difíceis de forma clara, citando exemplos, sempre respeitando a idade da criança. É o momento ideal para passar informações baseadas em valores pessoais e princípios morais. Assim, quando a criança se defrontar com outros valores vai lembrar-se das palavras dos pais.

Muitos pais se perguntam se devem conversar com os filhos sobre a pedofilia. E a maior dúvida é como fazê-lo. Da forma mais tranqüila e natural possível. Falando sobre o corpo humano. Sobre como cada um deve cuidar da sua vida e do seu corpo, não permitindo que ninguém toque a sua intimidade. É importante falar sobre sexualidade – a relação homem-mulher, papai-mamãe, esclarecendo que na idade certa ou momento ideal, poderá se sentir atraído por outra pessoa. Deixar sempre claro que é dentro da família que encontrará as respostas mais adequadas e, também, o apoio e o colo para as suas inquietudes.

Aqueles que alegam falta de tempo ou por não se sentirem capazes de orientar os filhos acabam delegando à escola a responsabilidade para ensinar sobre comportamento e sexualidade. A escola ensina os alunos a resolver problemas de matemática, mas não seus problemas existenciais. Ensina-os a enfrentar as provas escolares, mas não as provas da vida: as angústias, as rejeições, os medos, as dificuldades. Não por culpa dos professores, mas sim pelo sistema em uso. Não dá mais para brincar de faz de conta. Não estamos sabendo como evitar a violência na escola – o Bullyng (humilhação psicológica), a formação de psicopatas e nem como nos livrar das dores da nossa alma.

Nosso dia a dia é quase sempre estressante. Mas, se não conseguimos dar conta das nossas demandas, se não estamos aptos nem para gerenciar as nossas emoções, como nos preparar para orientar os nossos filhos? Lamentavelmente muita gente vive assustada, com medo e vítima de transtornos emocionais e de sintomas psicossomáticos. E, sem querer, as vezes, descarregamos nos nossos filhos a nossa ansiedade (fobias, síndrome do pânico, os transtornos), a depressão e o nosso pensamento negativo.

É preciso ter em mente que o seu filho irá se abrir com você se for criada a oportunidade. Nem sempre temos todas as respostas. O melhor é não vacilar e dizer que assim que souber responder, voltará ao assunto.

A morte faz parte da vida. Tem gente que costuma dizer: “partiu para sempre”, Deus “chamou”, virou uma “estrelinha”. O ideal é falar a verdade. A pessoa não volta mais, mas as boas recordações ficarão para sempre. No caso da perda do pai ou da mãe é importante acompanhar a criança de perto. Situações traumáticas podem levar a criança a se fechar. Neste caso um acompanhamento psicológico poderá ser de grande valia, para que ela possa por para fora toda a sua angústia, seja através do desenho, da fala ou de jogos.

Drogas. Explicar de forma clara que cigarro, bebida alcoólica e as drogas ilícitas criam o vício. É fácil entrar. Difícil é sair. Cada um deve ser responsável pela sua vida e arcar com as conseqüências.

Diferença. Existem pessoas brancas, negras e amarelas. Magras e gordas. Normais e com problemas mentais ou físicos. Todas merecem o nosso respeito e fazem parte do mundo em que vivemos. É preciso respeitar para ser respeitado.

Separação. O ideal é que pai e mãe juntos dêem a noticia. É preciso explicar que ela não os perderá, apenas não estarão mais vivendo sob o mesmo teto. É imprescindível deixar claro que o vínculo pai e mãe não deixará de existir. A franqueza e o respeito são fundamentais nessa hora.

Adolescência. Nesta fase da transformação e dos questionamentos é importantíssimo abrir espaço para o diálogo entre pais e filhos. Nem sempre será fácil. Mas, eles são fruto daquilo que vivenciam dentro de casa. Inconscientemente carregam o referencial homem-mulher que herdaram de seus pais. Sejam bons ou ruins.

Só esta apto a ensinar, quem sabe ouvir…

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