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Cada um tem, desde muito cedo, uma idéia e um ideal do amor. A medida em que vamos evoluindo, modificamos nossa idéia, mas jamais nosso ideal. O nosso inconsciente manda para o consciente uma idéia próxima da imagem física que idealizamos através dos nossos sonhos e fantasias.

A aparência física ocupa um papel muito importante, principalmente para os homens que são mais visuais do que a mulher. Por isso, muitas vezes, deixamos de nos aproximar de pessoas maravilhosas, simplesmente porque a cor dos olhos, dos cabelos, a cintura, os seios, enfim, a plástica não está em conformidade com o nosso ideal. Muitos buscam na memória modelos criados que lembram desde atrizes, a mãe, modelos esculturais das capas de revistas ou dos outdoors.

Ronaldo, 45 anos, consultor de empresas, divorciado, costuma contar a sua história quando o assunto é o “par perfeito”. Desde adolescente tinha fixação por loiras de olhos azuis. No entanto, diz que nunca teve muita sorte com este perfil de mulheres. Suas inúmeras namoradas eram sempre morenas. Ficava no relacionamento um certo tempo, depois começava a encontrar defeitos e voltava a idealizar uma linda loira de olhos claros.

Passado um tempo estava novamente namorando alguma bela morena. Aos 38 anos, cansado do “troca-troca”, conheceu Isadora, 37 anos, médica, cabelos e olhos castanhos, culta, bons valores morais, carinhosa, dedicada ao relacionamento. Casaram exatamente um ano após o primeiro encontro. Durante dois anos viveram apaixonados.

Num seminário em Fortaleza Ronaldo conheceu Lorena, loira, olhos azuis, 45 anos. Ficou encantado, literalmente enfeitiçado. Ficaram juntos durante uma semana. Ele retornou a São Paulo certo de que tinha encontrado sua alma gêmea. Comunicou a esposa que estava saindo de casa porque tinha encontrado a mulher da sua vida. Isadora quase enlouqueceu. Precisou de tratamento psiquiátrico. Como compreender, afinal, o marido viajou apaixonado por ela e voltou enlouquecido por outra…

A paixão de Ronaldo e Lorena durou seis meses. Dois meses morando juntos ele percebeu a besteira que tinha feito. Ele amava de verdade a morena de olhos castanhos. Percebeu que idealizou a vida inteira e quando encontrou o que procurava, não era a cor dos cabelos e dos olhos que o satisfazia. Tinha criado uma ilusão.

Isadora não o perdoou. Reside em Paris onde casou com um médico francês. Ronaldo, buscou ajuda terapêutica e diz que, por enquanto, está “fechado para balanço”.

No processo seletivo de um novo par, geralmente, as mulheres se preocupam mais com o caráter, companheirismo, nível cultural e sócio-econômico do que com a aparência física.

Em geral, os relacionamentos amorosos costumam ser tão complicados porque estamos sempre desejando aquilo que nos falta. Se sou tímido admiro a soltura do extrovertido, se sou muito baixo me encanto com os mais altos, se meus olhos são negros me sinto atraído por olhos azuis.

Quando nos apaixonamos, inconscientemente buscamos, além dos traços com os quais nos identificamos, também os que nos complementam.

Apaixonados tendemos a perder a razão e agir só com o coração. Costumamos projetar no ser amado nossos desejos, o mito do par perfeito, e quase sempre nos decepcionamos porque esquecemos de vê-lo como realmente é.

É preciso lembrar que amar é uma decisão que inclui medos, expectativas, situações difíceis e tentativas frustradas. Mas é também uma oportunidade repleta de presentes especiais, de surpresas fantásticas e de aprendizados únicos e inesquecíveis.

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