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Recebi muitos comentários sobre a coluna da semana passada “O desabafo de um solteiro” e, em todos os e-mails a pergunta era uma só: “ Afinal, o que querem as mulheres?”

Osvaldo, analista de sistemas, desabafa:

“… hoje, um ano depois, continuo procurando a pessoa certa para morar junto ou quem sabe para casar. Minha pergunta é: o que a mulher moderna quer? Sexo sem compromisso e alguém para esquentar os seus pés no inverno e, quando o verão chegar concluir que ele não tem mais utilidade? E o desgaste emocional que sofremos? E o estrago financeiro que sofremos para começar tudo de novo?”

Sergio, engenheiro, descreve o que encontrou no diário da ex-namorada um mês após levar o fora. Queria entender o que aconteceu, por isso, arranquei a folha pensando que ela tinha encontrado outro alguém… Como entender o que se passa na cabeça de uma mulher?

“28/03/06 – Nem sempre um final feliz é o esperado. Pode até ter um gosto amargo no princípio, mas como todo final, dá a oportunidade de por opção própria, colocar os CD’S e o DVD’S numa caixa, mandar entregar e continuar a vida. Depois de tantos desencontros, conflitos e desentendimentos a novela Bete e Sergio chega ao fim. Como todo o final de um bom folhetim aconteceu uma virada inesperada. Sim, inesperada porque aquela mulher que rastejava, que se humilhava, que vivia a implorar por uma migalha de amor, cheia de coragem e, apesar de continuar amando, conseguiu colocar um ponto final, se despedir.

“Durante todo o tempo em que permanecemos juntos, em alguns momentos de lucidez, conseguia me dar conta de que o mundo parecia avisar “não vai dar certo…” Apesar das circunstâncias, da distância, da minha insegurança e do meu ciúme doentio, mesmo assim continuamos tentando. Penso que é melhor cair fora enquanto o dano emocional da perda é reparável. Enquanto o nó na garganta se transforma em lágrimas a mente me dá os parabéns por ter tomado uma decisão madura.

“Raquel minha grande amiga, foi cruel comigo quando disse: – Você pode chorar o fim ou comemorar um novo começo…

“Depois de três dias enclausurada no meu quarto, lembrei da segunda opção de Raquel e, decidi encarar o mundo. Coloquei o melhor perfume, a melhor roupa e sai para comemorar a minha solteirice. Ainda triste, machucada e com o coração partido, por ficar longe do homem que amo, encontro nas minhas amigas forças para renascer das cinzas, tal qual uma fênix…

“Minhas amigas vieram dar as boas-vindas a mais nova solteira da cidade. Bebi muito. Dancei muito. Era preciso por alguns momentos esquecer.

“Acordei disposta a recomeçar e esquecer meu passado com o Sérgio. Sempre que me pego pensando nele, tento manter minha mente ocupada com meus amigos ou com o meu trabalho. É uma questão de tempo. Um dia as feridas, certamente, irão cicatrizar e, quem sabe, voltarei a sorrir. Tudo no seu devido tempo…”

As mulheres conseguiram a independência e a liberdade. Hoje são donas da própria vida, não precisam dar satisfação a ninguém. Ganham o próprio salário, viajam para onde querem, compram o que bem entendem e escolhem onde morar.

Nos dias atuais encontramos mulheres de sucesso em vários segmentos, brilhantes executivas, super mães e, muitas vezes, sozinhas. Elas continuam sonhando em encontrar um príncipe encantado capaz de entendê-las e aceitá-las tal qual elas são.

Nos cursos de especialização elas são maioria. Formadas têm dificuldade para encontrar um novo parceiro. Bem sucedida sente-se poderosa e acaba descartando os candidatos que não se enquadram ao novo perfil idealizado.

Na outra ponta encontramos as mulheres que não se valorizam, tem baixa auto-estima e que se contentam com qualquer um.

Uma fica bem sozinha enquanto não encontra o parceiro ideal. A outra vive se machucando porque atrai relacionamentos insatisfatórios ou nocivos.

Costumo dizer que quem escolhe demais acaba sozinha. As mulheres excessivamente seletivas já não se contentam em se relacionar com homens normais: nível universitário, bem empregado, bom salário, boa aparência.

Estas mulheres esquecem que não são perfeitas e que, na atualidade, é humanamente impossível ser “super” em tudo. Ser super-mãe, ter um trabalho excelente, ganhar um salário polpudo e ainda ter noites de sexo quentíssimas.

Muita mulher almeja encontrar um homem que tenha as mesmas condições dela ou que de preferência possa oferecer muito mais.

No meu dia-a-dia percebo que pessoas são descartadas como se fossem um simples adorno. Toda essa expectativa exagerada com relação ao sexo oposto faz com que várias oportunidades de encontros reais, com chance de dar certo, sejam descartadas. O homem dito como normal não serve. Certamente está faltando equilíbrio entre o dar e receber, uma boa dose de sabedoria para fazer a leitura do potencial do pretendente. Vale lembrar que não existem regras para conseguir um novo amor. Tudo é possível quando existe a atração, a química, o toque, carinho, bom humor, cultura e companheirismo. Muita gente se arrepende de ter deixado escapar uma chance real de ser feliz. É preciso tentar, sempre!

No fundo, no fundo, a mulher quer estar no topo das prioridades do homem.

Ela quer ser mais importante do que os negócios, seus amigos, seus clientes, sua secretária ou mesmo sua mãe. Quer fazer e ser feliz.

Ela sente necessidade de comparar constantemente o respeito que o seu homem tem pelos sentimentos dela com o respeito que tem pelos sentimentos de outras pessoas.

A mulher anseia por um telefonema inesperado no meio da tarde, nem que seja para um simples “oi”. Um ombro para chorar, para reclamar da TPM, do filho que não obedece. Vez ou outra uma esticada num night club, música suave, um jantarzinho romântico ou um cineminha com pipoca. Mulheres de verdade, corajosas e amorosas querem mais tempo com o homem amado, para conhecê-lo melhor, para compreendê-lo, para poder amá-lo cada vez mais.

Certa vez, indagaram a Freud qual a pergunta ele não conseguiria responder. Sem pensar ele disse: “O que querem as mulheres?”

Mas, afinal o que desejam as mulheres?

Simplesmente, amar e ser amadas!

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