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Inicialmente, vamos à definição do termo:

Work = trabalho
Alco holic = alcoólatra
Workaholic = viciado em trabalho

Nem sempre é fácil identificar quando alguém trabalha muito por necessidade ou porque é um workaholic. Nos dias de hoje, um workaholic pode ser tanto um homem como uma mulher.

Você é viciado em trabalho ou convive com alguém com este perfil?

Especialistas das áreas da psicologia e psiquiatria concluíram que o vício em trabalho é idêntico ao vício em cocaína ou álcool, onde a mola-mestra é a compulsão. Para o workaholic o trabalho é o pano de fundo da sua vida. Ele torna-se obsessivo pelo trabalho. Ele gosta de competir, busca poder e status e a realização profissional.

Poucos se dão conta de que a sociedade desaprova drogados e bêbados, mas aprova e até aplaude quem trabalha muito.

Para muitas pessoas, trabalhar cerca de 12 horas por dia e perder finais de semana inteiros envolvidos em algum projeto, muitas vezes, consciente ou inconscientemente, pode representar fuga de problemas íntimos ou familiares.

O workaholic canaliza a maior parte da sua energia no trabalho, sacrificando o lazer e as relações pessoais. Em geral ele racionaliza demais, esquece dos próprios sentimentos e tem um contato mínimo com as suas necessidades básicas e com os seus conflitos. Quase sempre só presta atenção em si mesmo, tornando-se egoísta e individualista.

Rogério, 51 anos, consultor financeiro só se deu conta de que era um workaholic quando estava no limite: entre a vida e a morte.

Durante mais de 20 anos, o trabalho é que dava sentido à sua vida. Nele se ancorava para esconder seus conflitos emocionais e familiares. O filho quando adolescente usou drogas durante mais de 10 anos, a filha mais nova engravidou ao 15 anos.

Suzana, a ex-mulher encarou sozinha todos esses problemas. Administrava a casa pela manhã, à tarde ia para o seu escritório de advocacia.

Ele vivia sempre estressado e nem se dava conta de que não conseguia relaxar. A cada dia sentia-se mais insatisfeito consigo. Hoje se da conta de que foi um pai omisso, enquanto se julgava um pai presente porque trazia trabalho para casa. Como amante e companheiro deixou a desejar porque ofereceu pouco companheirismo, afeto e colo. Na família, com os amigos e filhos deu pouco espaço para os encontros, as brincadeiras, o lazer, os sentimentos e os afetos. Reconhece que se perdeu entre o limite do prazer e os caminhos da autodestruição.

“O primeiro sinal do que estava fazendo com a minha vida aconteceu, em dezembro de 2001, quando Suzana pediu a separação. Um mês depois, enfartei. Aí percebi que não identificara a falta de qualidade de vida, o quadro de estresse e a depressão que, silenciosamente, durante muitos anos quase me tiraram a vida,”diz.

Se você anda trabalhando demais, sugiro que faça uma pausa para uma séria auto-análise:

1) Trabalho muito porque preciso ou estou fugindo de algum conflito?

2) Como tenho me relacionado com os meus amigos e familiares?

3) Consigo conciliar minha vida amorosa, sexual e profissional?

4) Nos finais de semana saio para me distrair ou só me encontro com pessoas para falar de projetos?

5) O trabalho para mim é tudo na vida?

6) Tenho me preocupado com qualidade de vida?

7) Costumo cuidar da minha saúde física e mental?

8) A minha relação com os colegas de trabalho é boa? Incentivo, auxilio e aplaudo o bom desempenho deles?

9) Costumo ficar chateado quando são mais criativos e suas idéias são melhores do que as minhas?

10) Trabalho muito porque necessito constantemente de aplausos e reconhecimento?

11) Minhas prioridades sempre dizem respeito ao trabalho?

12) Consigo tirar 20 dias de férias sem pensar a maior parte do tempo nas questões profissionais?

13) Trazer trabalho para casa tornou-se um hábito ou é uma necessidade?

14) Centralizo tudo porque não sei delegar?

15) Fico desorientado quando não consigo dar conta de todos os afazeres?

16) Só consigo me relacionar com pessoas que também são workaholic?

17) As pessoas a minha volta não param de reclamar porque vivo ausente?

18) Já perdi alguém especial por causa do trabalho?

O trabalho deve ser ótimo, gratificante e enriquecedor. Mas, não pode ser o centro da sua vida. Se isto estiver acontecendo, pare e avalie. Talvez seja o momento para estruturar melhor, repensar a carreira ou buscar uma ajuda profissional, para colocar as coisas nos devidos lugares.

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