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Descasados encontram formas para conviver pacificamente com os ex-cônjuges. Há quem diga que amizade é quase amor…

A cada dia que passa cresce o número de separações conjugais. Separar as escovas de dente nem sempre é fácil. Principalmente, quando um dos envolvidos não aceita a ruptura do vínculo. Nestes casos, alguém sai machucado e a elaboração da perda é dolorosa e sofrida. Surgem sentimentos de incapacidade de manter uma relação e de ter fracassado por não conseguir superar os conflitos, as mágoas e os erros cometidos.

Pesquisando 500 dos 2500 cadastrados da minha Agência de Relacionamentos Golden Years, constatei que 83% dos descasados, em algum momento, se arrependeram de não ter investido mais no relacionamento. 72% responderam que se pudessem voltar atrás, não teriam se separado. Se soubessem que passariam por tantas dificuldades para se reencontrar e superar a solidão, a sensação de abandono e como é difícil reconstruir a vida afetiva, teriam sido mais tolerantes e companheiros e menos egoístas e exigentes com os seus pares. 26%dos entrevistados vêem o cônjuge como inimigo; 29% mantêm conversas obrigatórias em função dos filhos, mas o relacionamento é conflitante; 36% têm uma relação amistosa e 11% continuam amigos.

São unânimes na afirmação de que o primeiro ano é o mais difícil, quando são normais algumas recaídas. Tem gente que só valoriza o outro depois que perde.

No filme “O casamento do meu melhor amigo”, Julia Roberts protagonizou Julianne que descobre ainda amar o ex-namorado que está prestes a se casar. Ela apronta algumas na tentativa de que ele desista do casamento.
“O casamento do meu melhor amigo” toca no sentimento de posse e perda que homens e mulheres costumam sentir quando percebem que os “ex” partiram para um novo relacionamento.

Na vida real existem histórias que mais parecem roteiro de filme.
Sérgio e Elisabete estavam casados há 10 anos quando perceberam que não fazia mais sentido permanecer juntos. Não existia mais tesão e nem amor de ambos os lados. Viviam como amigos.
Tomaram as providências necessárias e foram juntos perante o juiz comunicar a decisão. Quando o juiz abriu a porta para chamá-los ficou perplexo ao ver que Elisabete estava com a cabeça apoiada no colo de Sergio que acariciava os seus cabelos.
Quando entraram e falaram a respeito da separação o juiz insistia de que devia estar havendo algum engano. Estavam falando em separação de mãos dadas, quando a maioria chega ali querendo um acabar com o outro.

Sergio saiu de casa. Cada um foi cuidar da sua vida. Quase todos os dias ele ia ver como estavam a ex-mulher e a pequena Samantha.
Pouco tempo depois, ela conheceu Luiz e ele passou a se relacionar com Salete. Alguns meses mais tarde os novos casais saiam para jantar e dançar e acabaram se tornando grandes amigos.
Naturalmente que histórias de quem conseguiu transformar um amor antigo em amizade só acontece quando dos dois lados não existe mais amor. Inexistindo o ciúme entra em cena a maturidade, o respeito e a consideração que são fundamentais para preservar a amizade.
Já se passaram 10 anos. Sérgio e Elisabete já são avós e continuam bons amigos.

Histórias como esta mostram que é possível sair de um relacionamento de forma pacífica e sem grandes traumas. Basta que, haja bom senso e maturidade quando percebem que não faz mais sentido permanecerem juntos. Cada um tem o direito de refazer a sua vida e lutar pela sua felicidade. E quem sabe, até ser convidado para o casamento do melhor amigo, o ex-amor.

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