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8 pontos para levar em conta antes de começar a investir (bem) o seu dinheiro
| Foto: Bigstock

A coluna desta semana vem um pouco diferente, em forma de lista. No texto que segue, estão pontuadas 8 questões que o futuro investidor deve considerar antes de entrar de vez no universo das aplicações. Claro, elas valem também para aqueles que já investem: um checklist do que não esquecer no momento de começar uma nova empreitada.

1. Perfil

Antes de iniciar no mundo dos investimentos, as pessoas são confrontadas com a seguinte pergunta: “qual o seu perfil de investidor? Conservador, moderado ou agressivo?” A verdade é que só descobrimos esse perfil quando, de fato, colocamos o dinheiro nesse mundo.

O mercado de renda variável, tão discutido nos últimos meses e que vem apresentando crescimento quase que exponencial de investidores, pode “abraçar” milhares de pessoas que ainda desconhecem ter perfil para investir. O brasileiro, acostumado com o histórico de juros altos, em geral, acredita ser conservador. Eu, particularmente, contesto essa tese em virtude do próprio histórico da Selic.

Com a atual queda da taxa, é bastante provável que milhares de brasileiros mudem seus respectivos perfis como investidores já nos próximos meses. De qualquer forma, não afirmo que essa mudança ocorrerá para todos, até porque autoconhecimento é importante, assim como saber qual o seu próprio limite. E isso apenas ocorre testando novos ares.

2. Prazo

Curto, médio ou longo prazo: por quanto tempo você está disposto a investir seus recursos? Aliás, o que significam cada um desses "prazos" na sua visão? Na minha, o curto prazo é para aqueles manter o investimento por até 1 ano, médio prazo estaria entre 2 e 3 anos e longo prazo - no Brasil, diante de todo histórico - não consigo vislumbrar algo além dos 5 anos. As mudanças políticas e econômicas são bruscas no país e ocorrem em velocidade que dificulta fazermos um planejamento para o longuíssimo prazo.

3. Objetivo

Comprar um carro, uma casa, investir pensando na aposentadoria, na faculdade dos filhos, em um intercâmbio, visando acumulação de capital. Enfim, são tantos e tão diferentes os possíveis objetivos de um investimento que é importante planejar antes de tomar qualquer decisão ou fazer qualquer movimentação financeira.

Saiba por que e para que você fará a aplicação, uma vez que investir por investir não levará a decisões importantes da sua vida. Lembre-se: para quem não sabe onde quer chegar, qualquer caminho serve.

4. Por onde iniciar no mercado de ações?

O mercado de ações pode trazer bons frutos se houver dedicação. Para aqueles que estão iniciando é importante saber duas coisas: 1) não existe dinheiro fácil e, 2) renda variável não é jogo. Se alguém te falar que tem a fórmula do sucesso para ficar rico, desconfie.

Estudar, aprender, estar atento aos acontecimentos no Brasil e no mundo (tanto do ponto de vista político quanto econômico) são condições fundamentais neste universo. Para os que não têm esse tempo ou interesse, mas querem aportar recursos em ações, uma das indicações é fazê-lo por meio dos fundos de investimento. Nesse caso, cabe ao investidor, ao menos, saber quem está cuidando do seu dinheiro, quais filosofias adota e por quê.

No caso de investir em ações por conta própria, o mais recomendado é começar por empresas que você conhece ou que sejam conhecidas nacionalmente e tenham bom histórico de resultados na bolsa de valores. Algumas delas (mesmo que não tenham, necessariamente, divulgado bons resultados em toda a sua história) são: Petrobras, Vale, Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Lojas Renner, Lojas Americanas entre outras.

Outro ponto importante é investir aos poucos e entender a dinâmica do mercado e as suas características.

5. Reserva de emergência

Quanto dinheiro você precisaria ter "em caixa" para conseguir viver por pelo menos 6 meses caso alguma coisa relevante aconteça em sua vida? Encaixa-se neste contexto: demissão do trabalho, tratamento de saúde, dentre outros. A reserva de emergência tem que ter finalidade clara: a de utilização para cobrir necessidades de curto prazo.

Quando citamos situações como essas, a aplicação financeira tem que necessariamente estar atrelada à possibilidade ou de resgate diário ou que seja algo programado. Nesses casos há opções como o Tesouro Selic, CDBs com liquidez diária que paguem cerca de 100% do CDI ou fundos de investimento conservadores, que tenham a possibilidade de resgate em até uma semana.

Portanto, o objetivo de um investimento de curtíssimo prazo é pagar contas - que estejam planejadas ou não.

6. Por onde começar

É importante entender que esse mundo mudou nos últimos anos e para melhor. Há cerca de 1 década, o brasileiro não tinha grande acesso a dados e informações básicas sobre investimentos. No entanto, com a chegada da internet e consequentemente das redes sociais, ficou bem mais fácil acessar informações e conteúdo de qualidade.

Antes de realizar qualquer aplicação é necessário ter um entendimento básico sobre investimentos. Entre essas informações básicas aparecem o perfil ao qual aquele produto é direcionado, taxas de administração, histórico e custos embutidos.

7. Custo de dívida x custo de aplicação

Com a queda da taxa de juros que deixou a Selic em 5,5% ao ano - o menor patamar da história - e as grandes expectativas para que esse número caia mais ainda em 2019 (para menos de 5%), o investidor tem que fazer contas. Pode parecer óbvio, mas na prática não tem sido assim.

Algumas pessoas me perguntaram recentemente: aplico meu dinheiro num investimento conservador ou pago a escola do meu filho à vista? Invisto ou pago mais parcelas do financiamento imobiliário? Para mim são respostas simples, dado que a Selic estará no patamar citado em breve. Ou seja, se a sua dívida do financiamento for maior que 5% ao ano, sugiro fortemente pagá-la o quanto antes. Quanto maior esse número, mais você estará fora da nova realidade do país. Se a escola do seu filho lhe concedeu um desconto máximo de 5% à vista, a conta é igual. Dessa forma você poderá “chorar” um pouco mais ou ficar no “zero a zero”.

8. Investir sozinho ou através de fundos de investimento

Acredito que esta seja uma das perguntas mais frequentes para quem está començando. Minha sugestão não poderia ser outra que não atentar para os sete pontos que nos trouxeram até aqui: se você quiser realizar suas aplicações por conta própria, vá atrás de conhecimento e esteja determinado a conhecer cada um dos pontos citados.

Para os que querem alguém que cuide de suas aplicações, não terão tempo ou não gostariam de se aprofundar nos conhecimentos, o mais recomendado é investir por meio dos fundos de investimento. No entanto, tenha segurança de que o gestor irá fazer uso dos seus recursos de acordo com o que foi determinado no estatuto do fundo.

Além disso, será cobrada uma taxa de administração, algo normal no meio e natural, dado que é necessário e justo que o gestor receba pelos serviços prestados. No entanto, com este movimento da Selic, verifique atentamente a taxa cobrada pelos fundos conservadores (renda fixa). Se estes estiverem acima de 0,5% ao ano, é válido observar todas as oportunidades.

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