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Notas de dólar
| Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Neste início de semana, vimos o dólar subir forte novamente. Apenas em agosto, a moeda norte americana apresenta alta de 6% ante o real. Não é apenas o Brasil que vem sofrendo com essa escalada. Outros países emergentes como México, Chile, Turquia, China, Índia, Rússia e, principalmente, Argentina têm acompanhado o mesmo movimento.

Nossos hermanos, após as primárias no país apontarem larga vantagem para oposição nas eleições presidenciais de outubro, têm sofrido bruscamente. E com a mudança no principal posto da equipe econômica, as perspectivas não são das mais animadoras. Nos últimos dias, vimos a moeda local se desvalorizar 25% e mais de 45% ante o dólar no ano.

Ademais, temores sobre crescimento global diante das discussões comerciais entre China e EUA, além do corte nas taxas de juros dos principais bancos centrais pelo mundo, tem trazido um prenúncio de que as expectativas no curto prazo sejam mais pessimistas do que positivas. Dessa forma, e com o presidente Trump querendo mostrar a robustez da economia do país, os investidores têm buscado seu “porto seguro” comprando dólares e fazendo a moeda se valorizar ante, em especial, os emergentes. Claro que o discurso do republicano também é exaltado já visando as eleições no próximo ano.

Como não podemos falar em uma simples ‘marolinha’, essa indicação de grandes incertezas no cenário global tem afetado também nossa moeda nas últimas semanas. Diante todo esse movimento, o Banco Central daqui já informou que entrará no mercado para conter tal elevação, como ocorre nesta terça feira. Mesmo assim, a expectativa é de possível manutenção do valor próximo aos R$ 4,00 por dólar.

De olho em eventos relevantes

Obviamente precisaremos acompanhar os desfechos dos indicadores da semana no exterior, com eventos relevantes como a ata da última reunião do Federal Reserve (Banco Central dos EUA) e o simpósio de Jackson Hole, no qual o presidente da instituição americana irá discursar. Dessa forma, todos os olhos estão voltados para o principal Banco Central do mundo e possíveis indicativos sobre novo corte de juros.

Pelo que se vê por aqui, mesmo com a Reforma da Previdência caminhando no Congresso e com a expectativa de que possa ser aprovada em meados de outubro, o temor pelos investidores no curto prazo não parece ser tão relevante.

Mesmo com as declarações polêmicas do presidente Jair Bolsonaro, o projeto, a princípio, está bem encaminhado junto à equipe econômica e congressistas. Por outro lado, incertezas pelo impacto do que a oposição argentina, se assumir o poder, possa trazer ao Mercosul gera desconfianças.

Atualmente, são muitos fatores de discussão que podem impactar na nossa moeda. Nem cheguei ainda a citar os impactos dos protestos em Hong Kong à economia e ao governo chinês, além dos estímulos na Europa e na própria China, fatos que não podem ser desprezados.

Dólar traz oportunidades para fundos multimercados

Num cenário como este, de incertezas por onde for olhar, os gestores de fundos multimercado são aqueles que têm as melhores oportunidades de apresentar retornos satisfatórios aos investidores, dada a volatilidade nos mercados internacionais.

Com um “cheque em branco” nas mãos, estes podem buscar exposições capazes de trazer alegria, ou não, para aqueles que aplicam nesta modalidade. Claro, não são movimentos simplistas, mas há oportunidades para os profissionais.

Já o mercado de ações, com a queda acentuada dos últimos dias, também começa a trazer novas oportunidades a aqueles que desejam entrar visando um possível rally de alta em determinados ativos nos próximos meses, acreditando que o Brasil poderá enfim mostrar evolução, mesmo com tantos percalços pelo caminho. E por falar em direcionamento, um aspecto que vale acompanhar é a retomada da discussão sobre a privatização ou capitalização da Eletrobrás. A Cemig também pode trazer novidades nesse sentido na próxima semana.

Enfim, estamos no meio de um mar agitado com possibilidades de pegar grandes ondas. Agora é sentar e aguardar os próximos movimentos para tomar posições mais agressivas ou conservadoras.

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