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Lorenzo Cafaro/Pixabay
Lorenzo Cafaro/Pixabay| Foto:

Março se encerrou e agora é possível enxergar com mais clareza o movimento de algumas aplicações financeiras e as suas expectativas para 2019. Com a taxa de juros mantida em 6,5% ao ano – um dos principais índices de referência dos investimentos em renda fixa -, o CDI, encerrou o mês em 0,47% e acumula 1,51% no ano. Já a poupança acumula 1,12% em 2019, com retorno de 0,37% ao mês no período entre janeiro e março. Com base nos números, a expectativa que a poupança apresente um retorno de aproximadamente de 4,5% no ano como um todo. Aqui é importante lembrar que a rentabilidade da poupança é composta por 70% da Selic mais a soma da Taxa Referencial (TR), que está nula já há alguns meses.

Acredito que março tenha sido um grande termômetro para o mercado e uma amostra do que podemos esperar para os próximos meses, com ativos de renda fixa sem grandes perspectivas de retorno e o mercado de renda variável cheio de nuances e muita instabilidade.

O Ibovespa, principal índice da bolsa nacional e que compõe os ativos de maior valor de mercado e número de negociação, já apresenta alta de 8,6% em 2019, após um janeiro bastante aquecido e fevereiro e março mais mornos para o índice. Por fim, o dólar, ativo que apresentou maior variação no mês passado, com alta de 4,2%. O resultado mostra que passamos por um momento de indefinição na política nacional, com discussões envolvendo o ajuste das contas públicas que passa pela Reforma da Previdência.

Cenários

Se pensarmos na evolução deste mercado, buscando traçar um cenário em específico, dificilmente acertaríamos o seu resultado. E é por esta razão que os analistas realizam sempre três leituras: pior cenário, cenário base e o otimista.

O pior cenário é elaborado com base na não aprovação da Reforma da Previdência, o que provocaria o caos no curto prazo, com bolsa em queda, dólar em alta e perspectivas para elevação da inflação e da taxa de juros no curto prazo.

Já o cenário base, aquele que consideramos como o mais provável, vislumbra a aprovação da reforma com números abaixo do apresentado pela equipe econômica, mas com o prosseguimento da agenda de concessões e privatizações logo nos meses seguintes. Com isso, seria possível imaginar a continuidade da tendência de alta para a bolsa de valores – ainda que de forma mais moderada – e dólar ante o real em baixa, podendo atingir patamar próximo dos R$3,50 no curto prazo. O movimento também poderia contribuir para uma nova sequência de cortes na Selic e também para a expectativa de crescimento relevante da economia, medido pelo PIB, para 2020.

No cenário otimista, imaginamos a reforma da Previdência sendo aprovada nos termos atuais apresentados, registrando uma economia de mais de R$1 trilhão para os próximos dez anos, além de uma agenda de concessões e privatizações caminhando com vigor no Congresso Nacional. Dessa forma, poderíamos esperar o Ibovespa acima dos 120 mil pontos e dólar perto dos R$3,00, com novos cortes na taxa de juros e inflação baixa e estável por um período mais prolongado de tempo. No entanto, vemos como baixa a probabilidade deste cenário ocorrer, ainda que possível.

Essas informações são importantes para o investidor definir a sua estratégia com base no seu perfil de risco e objetivos. Será preciso acompanhar os desdobramentos na economia do país, buscando se beneficiar dos ativos que poderão ser mais rentáveis.

O que posso afirmar é que há oportunidades em todos os segmentos, desde os conservadores, como os títulos do Tesouro Direto, até o mercado de renda variável, com ações e contratos futuros.

 

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