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Bolsa sobe 9% em maio apesar dos desafios atuais
Bolsa sobe 9% em maio apesar dos desafios atuais| Foto: Bigstock

Mesmo em meio a muitos desafios, como as crises de saúde, da econômica global e da política no Brasil diante da saída recente de três ministros (dois da Saúde e um da Justiça), o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, subiu 8,6% no mês de maio. Para adicionar ainda mais tensão ao cenário atual, também acompanhamos novos embates no campo da discussão comercial entre EUA e China.

No Brasil, para sustentar tal performance do mercado foi necessário que algumas ações dos setores obtivessem destaque, como os de utilidade pública, mineração e siderurgia e das empresas de varejo online. Entretanto, mesmo com o resultado positivo no mês, ainda temos a bolsa recuando 24,4% no ano até aqui, após a queda de quase 30% em março.

Dentre os principais destaques citados acima, estão ações da Sabesp e Copasa (esta última após ter sido novamente especulada em movimentos de privatização no estado de Minas Gerais). No segmento de mineração e siderurgia, vimos as fortes altas nas ações, decorrentes da expectativa pela retomada gradual das economias e da elevação do preço do minério de ferro, em especial, no final do mês. Por fim, com o isolamento como medida contra o coronavírus se mantendo presente em muitas partes do país, as compras online seguem crescentes e a passos largos, o que repercute diretamente nas ações das empresas do setor.

Por outro lado, o mercado ainda terá um longo caminho pela frente para dissipar parte dos riscos ainda embutidos nos preços das ações neste curto prazo. Entre eles, estão o arrefecimento do crescimento da Covid-19 no Brasil e no mundo; a expectativa pelo desenvolvimento de uma vacina eficaz e que possa ser produzida em larga escala; a continuidade dos embates políticos, tanto no Brasil quanto entre China e EUA; a reabertura gradual do comércio; a perspectiva de melhora do choque entre demanda e oferta do petróleo; além de dois pontos brasileiros específicos: um novo corte na taxa de juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central para 2,25% ao ano e um Congresso Nacional mais disposto a aprovar medidas de auxílio à economia e a setores-chave do país, como o financeiro, de saúde e saneamento.

Nos próximos dias, de fato, poderemos ver volatilidade alta por causa de todos os fatores citados e pelas manifestações nos EUA. Sendo assim, reitero - como sempre - que a recomendação para os que visam oportunidades de médio e longo prazo é seguir suas respectivas estratégias acompanhando os desdobramentos da economia global e nacional. Já para os que realizam operações de curto prazo, é seguir com disciplina e encurtar os stops para não ter grandes surpresas negativas. Isso se chama gerenciamento de risco e é essencial em um mercado como o atual.

Para encerrar, gostaria de afirmar que não visualizo um movimento de forte alta em junho como vimos em abril e maio. Mas, mercado de renda variável é mercado de renda variável e por essa razão podemos esperar qualquer resultado. Minha percepção é que temos riscos diversos para acompanhar nas próximas semanas. À medida que eles forem se dissipando até podemos esperar melhora gradual na bolsa, em especial no segmento financeiro. No entanto, enquanto o horizonte não for mais claro, acredito em um mercado mais “amarrado”.

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