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O ministro da Economia, Paulo Guedes. Foto: Carl de Souza/AFP
O ministro da Economia, Paulo Guedes.| Foto: Carl de Souza/AFP

Na última semana, São Paulo foi sede da Expert XP 2019, considerado até aqui o maior evento de investimentos do mundo, realizado pela XP Investimentos. Passaram pelos três dias de programação os principais gestores de fundos do Brasil, políticos relevantes no atual cenário, grandes empresários, milhares de investidores e simpatizantes do mercado em geral. Posso afirmar que este é um daqueles momentos únicos em que temos oportunidade de fazer o maior networking possível e adquirir conhecimento histórico e sobre as perspectivas possíveis.

Em palestras ou conversas reservadas, “pescamos” o sentimento geral sobre o mercado de ações, expectativas para a taxa de juros, crescimento global, disputas comerciais entre EUA e China em especial e qualquer tema adicional que se faça presente na leitura atual de cenário.

Em conversa com os profissionais de mercado, o sentimento é o mais variado possível. Senti desde os que acreditam que a bolsa brasileira ainda tem enorme potencial até aqueles que não enxergam perspectiva de alta no curto prazo. No cenário externo, o destaque fica pela grande preocupação em relação aos próximos passos da economia norte-americana em geral. Inclusive, vale destacar que se algo ocorrer por lá, outros países sofrerão também e o Brasil não estaria imune a isso.

Diferente do que afirmou o ex-presidente Lula na crise de 2008, este impacto não seria nenhuma “marolinha” na economia nacional.

A confiança da equipe econômica

No lado político, o ministro da Economia, Paulo Guedes, falou com muito entusiasmo sobre as perspectivas para o país e declarou que os gastos governamentais têm sido o maior equivoco em décadas no país. Ele sustentou que confia no Congresso Nacional para a aprovação da Reforma da Previdência e que há planos para o Governo Federal vender ativos e, com isso, reduzir o endividamento e por consequência o gasto com juros.

Além disso, mencionou que o foco nas privatizações seguirá firme e que espera a abertura da economia para elevar a competitividade das empresas brasileiras. Este discurso não foi diferente daquele que ele tem trazido, mas a confiança nesse plano parece evoluir.

Outro nome relevante a marcar presença foi Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, que afirmou acreditar na possibilidade da Reforma da Previdência ser aprovada na Casa antes do recesso parlamentar, ou seja, nos próximos dias.

As mensagens do Banco Central

Já o presidente do Banco Central, Roberto Campos, que também palestrou no evento, trouxe mensagens positivas em relação ao potencial de aceleração da economia e possíveis cortes de juros no curto prazo. No entanto, apesar da inflação estar ancorada, ele não foi taxativo desta possibilidade ocorrer na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no final deste mês.

Outro ponto bem abordado foi o ciclo atual de juros no país. Com a taxa Selic no menor patamar da história, de 6,5% ao ano, boa parte dos presentes enxerga cortes graduais e alguns veem, inclusive, possibilidade de a Selic encerrar este ciclo em 5% ao ano e permanecer por um período prolongado neste número.

Em geral, o sentimento que encontrei foi de otimismo com o Brasil, com ajuste das contas do governo e reformas passando no Congresso, apesar dos percalços do dia a dia e preocupações com o cenário externo pela frente.

Veredicto?

Dada a minha formação de analista, afirmo a importância de ler bastante e conversar com pessoas que acompanham este dia a dia. É importante abrir a cabeça e escutar as mais diversas opiniões para construir suas convicções. Falo isso não apenas pelo sentimento de analista, mas pelo de investidor que há dentro de cada um. Não podemos ter alguém como guru,  e sim devemos estudar e acreditar naquilo que poderá ocorrer, ou seja, fazer uma leitura própria e não depender da visão alheia. Portanto, devemos ficar atentos a todos estes cenários possíveis descritos acima e realizar as aplicações de acordo com o perfil e objetivo de cada investidor.

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