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É difícil entender como mulheres, especialmente jovens, podem cantar e dançar ao som de "músicas" que expressam uma visão grotesca da condição feminina, fazem apologia a violência sexual e promovem a objetificação do corpo da mulher, reduzido pelos "compositores" aos órgãos genitais e excretores. Mas músicas assim são, hoje em dia, um sucesso.
Isso é inexplicável! Em um mundo tão sensível ao politicamente correto, o uso de um pronome errado pode terminar em prisão. Mas a essência da cultura progressista é a hipocrisia e a contradição; por isso, somos sitiados por músicas cujas letras são um combo de pornografia, violência e vocabulário primário, restrito a termos como “novinha”, “senta” e “até o chão”.
Agora mesmo passou na rua um rapaz em uma bicicleta elétrica. A “música” que tocava fazia com que o clássico “Egüinha Pocotó" parecesse uma balada romântica. Na minha cidade é assim: esse “gênero musical" é tocado em volume máximo, a qualquer hora, na frente de mulheres, idosos e crianças. É impossível fugir. Esse assalto acústico vem de caixas de som levadas na mão, puxadas em carrinhos e até carregadas nas costas. Nenhum sacrifício é pouco diante da chance de importunar e ofender o maior número possível de pessoas.
A consequência não é apenas brutalização moral e estética, mas a normalização do intolerável
Como se explica que as novas gerações, tão treinadas para evitar misoginia e estereótipos sexistas, consumam isso? Como mulheres empoderadas aceitam ser tratadas assim? Que tipo de mentalidade será desenvolvida por garotos que assistem mulheres dançando ao som de “músicas” que descrevem abusos contra elas próprias? Exemplo: uma dessas “canções” tem um verso que diz “eu amassava, quebrava ela”. Outra “música” descreve um ato sexual forçado entre uma jovem e o cano de uma arma. Imagino pais e mães horrorizados ao ler isso. O horror é apropriado.
Há “pesquisadores” que chamam esse assédio musical às mulheres de “potência do empoderamento feminino”, ecoando os slogans do governo totalitário do livro 1984: guerra é paz, liberdade é escravidão, ignorância é força.
Claudia Leite está sendo investigada por ter inserido um verso religioso em uma música. Alô pessoal que está processando a Claudia, ouçam as "músicas" que fazem sucesso em festas e praias, por gentileza. A insanidade é tanta que parece uma tentativa de impor controle social através de censura à religião, sexualização exacerbada e promiscuidade. Provem que estou errado.
Em tempo: sou totalmente contra censura. Apenas tento entender como esse gênero musical pode ter popularidade entre mulheres, principalmente jovens. Essas “músicas” são obrigatórias em festas de meninas de boa família. A consequência não é apenas brutalização moral e estética, mas a normalização do intolerável.
A linguagem é sempre precursora da ação.