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Quem tem medo dos clubes de tiro?
| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Há dois argumentos básicos de defesa do acesso às armas pelo cidadão de bem. Todos os outros são secundários.

O primeiro argumento é o direito natural à autodefesa. 

O conceito de direitos naturais está estabelecido pelo menos desde 1215, ano em que a Magna Carta foi entregue pelos barões da Inglaterra ao rei João Sem Terra, colocando limites no poder real. Depois vieram as revoluções Gloriosa, Americana e Francesa e a Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Não é necessário justificar um direito natural; ele é inerente à nossa condição humana. Um direito natural não é dado pelo Estado, portanto o Estado não tem poder para retirá-lo.

Todo cidadão tem direito a defender a si mesmo, sua família e sua propriedade. Mas como se defender de criminosos armados – e os criminosos brasileiros são os mais armados do mundo - se o cidadão não tem acesso legal a uma arma? 

O cidadão vai se defender usando flores? Livros? Quem sabe apontando para o bandido uma cópia da Constituição?

Policiais brasileiros são heróis; eles enfrentam uma guerra urbana cuja letalidade é superior a confrontos como a guerra do Vietnã ou até a Segunda Guerra Mundial. Mas é evidente que nenhuma polícia pode estar em todos os lugares. E a polícia brasileira ainda enfrenta barreiras jurídicas e operacionais cada vez maiores para fazer seu trabalho – barreiras criadas pela extrema esquerda patológica, aquela que só gosta de polícia quando ela serve para perseguir adversários políticos.

Então esse é o primeiro argumento, que já deveria ser suficiente para encerrar a discussão: todo cidadão tem direito à autodefesa armada

Mas existe um segundo argumento muito importante, quase sempre ignorado. Nas poucas vezes em que é mencionado, esse argumento é tratado com desdém ou atacado com falácias pelos “especialistas” em segurança pública da esquerda. Os “especialistas” da esquerda são sempre historiadores, geógrafos, sexólogos, sociólogos ou filósofos, pessoas sem qualquer familiaridade com operações policiais ou a realidade do combate ao crime nas ruas.

O cidadão vai se defender usando flores? Livros? Quem sabe apontando para o bandido uma cópia da Constituição?

O segundo argumento a favor do acesso do cidadão comum a armas é o efeito de dissuasão do criminoso. Em outras palavras: o vagabundo (um termo técnico) vai pensar duas vezes antes de assaltar alguém, se ele achar que há uma chance de sua vítima estar armada e reagir.

O criminoso é movido a incentivos e punições. Antes de atacar, mesmo inconscientemente, ele faz uma análise do risco e do benefício do crime. 

O criminoso avalia a situação e a vítima em potencial. Se os riscos forem altos demais, ele desiste da ação ou procura outra vítima. Quando os riscos para os criminosos são aumentados em uma sociedade, cai o número de crimes. Isso não é nenhuma novidade. Foi essa tese que deu ao economista norte-americano Gary Becker o prêmio Nobel de economia em 1992.

Voltando ao nosso argumento: uma sociedade com um número maior de cidadãos armados e treinados no uso de suas armas (essa é a função dos clubes de tiro: instrução e treino) representa um risco maior para os criminosos – e só para eles. Como consequência, o número de crimes diminuirá.

As estatísticas mais recentes no Brasil mostram exatamente isso. Ao mesmo tempo em que cresceu o número de armas legais nas mãos de cidadãos de bem despencou o número de homicídios.

O impacto positivo da posse de armas por cidadãos de bem que saibam usá-las pode ser ainda maior - mas é difícil de medir. A razão para isso é muito simples: o crime evitado por um cidadão armado nunca entra na estatística.

Imagine que você está caminhando com sua família na rua e alguns sujeitos se aproximam, com evidente intenção de cometer um crime. Você retira sua arma da cintura e aponta para eles; eles desistem do assalto e vão embora. Você volta para casa em segurança com sua família, tendo evitado uma possível tragédia. Observe: esse episódio não será registrado em lugar nenhum, porque não houve o que registrar.

O crime não aconteceu.

Um assalto que foi abortado, um estupro que nunca aconteceu - porque a mulher estava armada - ou uma morte que foi evitada não entram nos registros policiais.

O assalto que o bandido não conseguiu realizar - porque sua vítima estava armada - não fica registrado nas estatísticas.

Por isso, é impossível saber o número exato de vidas que foram salvas e de famílias que foram protegidas por cidadãos armados. 

Mas o bom senso e a experiência sugerem que deve ser um número enorme.

Conteúdo editado por:Jônatas Dias Lima
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