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alta dos combustíveis
O ministro Ciro Nogueira em evento do Progressistas em Curitiba.| Foto: Reprodução/ Instagram/ Progressistas

Duas das principais lideranças nacionais do partido Progressistas (PP), o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, estiveram em Curitiba, neste sábado (12), para evento de filiação de deputados federais e estaduais paranaenses ao partido. Apesar do clima festivo do encontro, os dois políticos divergiram ao analisar o novo aumento dos combustíveis, anunciado na última quinta-feira (10) pela Petrobras. Enquanto Lira, que já havia classificado o reajuste como um “tapa na cara do país”, voltou a criticar o reajuste, afirmando que faltou sensibilidade à Petrobras para controlar o preço, Nogueira disse que, no contexto da guerra na Ucrânia e a consequente elevação do valor do barril do petróleo o aumento, desta vez, foi inevitável.

“Estamos em um momento de excepcionalidade. Temos uma guerra acontecendo no mundo que impactou diretamente o preço do barril. Estamos em um momento melhor, saindo da pandemia, a inflação baixando, o dólar estabilizando e aí vem outra variável que é a guerra, que impacta a relação da economia no mundo e no Brasil. Não é culpa do governo, a inflação é mundial e a guerra não dependeu e não depende do Brasil. Mas minha revolta é que a Petrobras tem que ter uma sensibilidade, uma adequação dos seus investimentos, do seu lucro em relação ao que o brasileiro pode pagar na compensação do aumento do barril de petróleo e do dólar no exterior”, disse Lira. Para ele, o governo federal e o Congresso, agora, precisam discutir “uma possibilidade de subsidiar diretamente algumas categorias que são muito afetas por isso. Não podemos expor caminhoneiros, motoristas, taxistas, que dependem do combustível para sobreviver. Tem que ter um subsídio controlado, por tempo determinado, para que não tenhamos neste momento de guerra tantos altos e baixos”.

Para Ciro Nogueira, o aumento era inevitável. “Não tinha como conter. O combustível dobrou de preço. O barril do petróleo chegou a bater 130 dólares. Tínhamos um perigo grande de desabastecimento no país. O problema não é o combustível que é produzido no país, mas o Brasil tem que importar 30% de seu diesel. Estávamos com risco de desabastecimento daqui a dois meses. Sei que não foi o ideal, mas o governo federal já zerou todos os impostos que eram possíveis. Creio que agora é um momento de sacrifício também dos governadores”, disse, cobrando que os estados reduzam a alíquota do ICMS dos combustíveis. “A única alternativa, agora, é mexer no ICMS, porque o governo federal já zerou tudo. Os estados arrecadaram 36% a mais, num momento como esse. Isso é inexplicável. Alguns estados estão tendo essa sensibilidade, outros não. É o momento de sacrifício. A população não aguenta mais, chegamos no limite e espero que haja sensibilidade dos estados na redução dos preços de combustíveis e energia no nosso país”.

As duas lideranças dos PP também discordaram ao analisarem a proposta de um fundo de estabilização dos preços dos combustíveis, aprovada pelo Senado na última quinta-feira. “Chegou nesta semana à Câmara e será analisada com a sensibilidade e a urgência que esse tema requer. Não chamaria de fundo de estabilização, é uma conta de estabilização, com diversas fontes de subsídio. Sabemos que esse mercado é muito volátil, todo movimento precisa ser muito medido. E assim faremos”, disse Lira.

“É uma utopia. Não existe condições de, hoje, com a responsabilidade que temos que ter na questão do dólar, aprovarmos um fundo como esse. Se jogarmos R$ 120 bilhões neste fundo, o dólar vai para R$ 7 e, aí, não adianta, porque tudo hoje é em dólar”, avaliou Nogueira.

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