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Bivar participou da coletiva de Sergio Moro nesta terça-feira, em Curitiba.| Foto: Roger Pereira / Gazeta do Povo

Em Curitiba, onde participou da entrevista coletiva do ex-juiz federal Sergio Moro, o presidente nacional do União Brasil e pré-candidato do partido à presidência da República, Luciano Bivar, precisou explicar por que o partido preteriu Moro, que chegou a atingir 9% em pesquisas de intenção de voto ¹, para apostar na sua candidatura, que, até agora, não passou de 1% nas pesquisas ². Bivar afirmou que, para ele, Moro seria o candidato, mas houve resistência no partido.

“Para fazer política, você está dentro de um sistema partidário. Quando o Moro veio para o nosso União Brasil, algumas coisas já haviam sido acertadas em alguns estados. Moro é uma celebridade, é uma pessoa íntegra, que eu admiro, e, para mim, seria o meu candidato. Mas acontece que a gente vive uma vida partidária e temos que respeitar determinadas paróquias, determinadas aldeias, para ir a frente. Assim é a vida. Partidarismo é importante na nossa democracia”, afirmou. “Moro não veio em um primeiro momento para o União Brasil. Quando ele chegou, alguns acordos já tinham sido feitos com partidos pelo Brasil. Então, é natural que eu como presidente do partido, e não dono do partido, tenha que me dobrar ao desejo estatutário do partido”, acrescentou.

A unidade partidária, inclusive, foi o que Bivar destacou de diferencial de sua pré-candidatura em relação às outras candidatura de centro, que ainda buscam a unidade da “terceira via” na eleição presidencial. “A razão de o União Brasil ter uma pré-candidatura é, primeiro, porque tem conteúdo e confia no seu conteúdo. Segundo é que definimos nossa candidatura com apoio de 100% de nossa executiva, o que não acontece, hoje, em outros partidos. E nós ficamos muito preocupados de chegar o final do prazo e eles não terem sua candidatura homologada. A gente quer que eles definam logo se são candidatos ou não, mas a decisão, parece, será só em agosto. Então, o União Brasil não podia esperar por isso”, disse Bivar.

O União Brasil segue sendo cortejado pela aliança MDB / PSDB, que se formou em torno da pré-candidatura da senadora Simone Tebet (MDB). Bivar citou que além da incerteza quanto ao apoio interno do MDB ao nome de Tebet, os planos de governo na área econômica também afastam a composição. “Já avançamos muito com nossa pré-candidatura e o nosso projeto econômico difere muito do projeto econômico deles. É uma diferença abissal do que apresentamos para modernizar o sistema econômico do que é proposto por outros candidatos, o que dificulta. Então, hoje, estamos muito distantes, a não ser que eles alterem seu projeto econômico”, disse. “Eles têm que se adequar ao nosso plano econômico, que é o que a modernidade exige. Você não pode renunciar à penicilina. Temos um plano econômico para reduzir a desigualdade, aumentar o poder aquisitivo do povo e enfrentar a inflação. No nosso projeto, quem ganha até R$ 6 mil estará isento de recolhimento de Imposto de renda e de INSS”, prosseguiu.

Antigo aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), Bivar diz que não sobraram, no União Brasil, partido que é resultado da fusão do DEM com o PSL (antigo partido de Bolsonaro) apoiadores do presidente, e que Sergio Moro não terá constrangimento em subir no palanque com deputados da sigla. “O discurso que foi feito naquela época, pelo presidente da República, não foi o que ele colocou em prática. A gente não pode embarcar eternamente numa fraude. Então, quando percebemos isso, um a um, fomos saindo. Sergio saiu, eu saí, o Mandeta [Luiz Henrique, ex-ministro da Saúde] saiu e saíram muitos. Isso é a vida, a gente sempre aposta. Democracia, ela é lenta, mas ela é depurativa. Às vezes custa uma ou duas gerações, mas a gente sempre acredita nas instituições e na democracia”.

O presidente nacional do União Brasil encerrou a entrevista fazendo uma previsão otimista do resultado eleitoral para o partido em outubro, que, segundo ele, colocará a legenda como protagonista da política nacional, independentemente de quem for o presidente da República. “Qualquer que seja o governo, nós teremos força para impor as coisas que a gente acredita, isso que é importante. Vamos sair dessas eleições com quase 70 deputados federais, com uma dezena de senadores e eleger uns oito governadores. Então, o União Brasil é um grande partido e terá força para defender os seus princípios e seus programas de governo”.

¹Pesquisa PoderData, divulgada em 8 de junho, feita com recursos próprios, que ouviu 3 mil eleitores em 309 municípios das 27 unidades da federação entre os dias 5 a 7 de junho de 2022. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%. Foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-01975/2022.
² Pesquisa Ipespe, divulgada em 25 de março, realizada entre os dias 21 e 23 de março de 2022, a pedido da XP Investimentos. A amostra é de mil eleitores brasileiros, a margem de erro é de 3,2 pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%. O levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo BR-04222/2022.

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