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O secretário de Saúde, Beto Preto, em audiência de prestação de contas na Assembleia Legislativa
O secretário de Saúde, Beto Preto, em audiência de prestação de contas na Assembleia Legislativa| Foto: Dálie Felberg/Alep

A prestação de contas da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) na Assembleia Legislativa do Paraná, nesta terça-feira (9) foi marcada por cobrança e pedido de explicações dos deputados sobre a estratégia de enfrentamento à Covid-19, principalmente por conta dos números recentes da pandemia no estado e da fila de espera por leito de UTI, que chegou a ter mil pacientes nesta semana. O secretário Beto Preto e sua equipe reconheceram que o estado está no limite da abertura de novos leitos, trabalhando, hoje, com 1.506 leitos de UTI exclusivos para a Covid-19 e que a solução imediata, agora, é a conversão de leitos de UTI geral da rede própria para pacientes com Covid-19. O diretor de Gestão em Saúde da Sesa, Vinicius Filipak, no entanto, deixou claro que a situação é limítrofe.

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“O que se pode fazer, agora, é essa conversão, mas tem que ser o mínimo possível, para não passarmos a comprometer, também, o atendimento de pacientes com outras doenças. A mortalidade de um paciente com Covid-19 em uma UTI é de 40%. A mortalidade média de uma UTI geral é de 10%. E, infelizmente, esse índice precisa ser considerado. Não podemos, para internar pacientes com Covid-19, deixar sem leito as vítimas de infarto, acidente vascular cerebral, ou mesmo de trauma”, declarou. “Não podemos ficar tirando leitos da rede pelo risco de colapsar o atendimento habitual. O que conseguimos converter foi suspendendo as cirurgias eletivas e reduzindo os traumas com medidas como o toque de recolher, mas também já estamos perto do limite”, afirmou. Nesta terça-feira, a taxa de ocupação de UTIs geral adulto era de 70%, com 306 leitos disponíveis, enquanto a ocupação de UTIs Covid era de 97%, com apenas 40 leitos livres.

O secretário Beto Preto afirmou que, apesar de a fila pela espera de um leito ter chegado a mil pacientes, nenhum doente ficou desassistido no Paraná. “São pacientes que estão nas UPAs, no pronto-atendimento de municípios menores, em hospitais de pequeno porte ou que não esteja na rede Covid. De uma forma geral, eles estão assistidos, até com acesso a respiradores, caso necessário. Mas é claro que a assistência é bem mais completa em um leito de UTI. Estamos abrindo leitos, mas a transmissão com a nova cepa é muito mais rápida. Estamos em transmissão franca e comunitária. E estes pacientes não ficam muito tempo esperando UTI, 70% são acomodados em 24 horas. Há uma rotatividade grande na central de leitos”, disse.

Beto Preto disse que o estado habilitou 230 leitos em 15 dias, chegou à marca de 1.506 leitos de UTI exclusivos para Covid, mais do que dobrando a capacidade hospitalar do Paraná, mas afirmou que não há como oferecer estrutura que acompanhe o ritmo das contaminações no estado, principalmente por conta da nova variante de coronavírus circulando no estado, a P1, originária do Amazonas.

“As internações aumentaram 85% desde fevereiro. Não há sistema de saúde no mundo que faça frente a esse aumento súbito. A mortalidade dentro da UTI, que era de 28% no ano passado, passou a 40% e, até, 50%, dependendo da região, com essa nova cepa. É o mesmo vírus, a mesma doença, mas é muito mais transmissível e muito mais grave”, concluiu.

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