O ataque criminoso ao quartel da Polícia Militar e a uma transportadora de valores em Guarapuava fez com que alguns deputados estaduais tentassem retomar a ideia de abrir a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Segurança Pública, na Assembleia Legislativa do Paraná. Enterrada no ano passado por só conseguir 12 das 18 assinaturas necessárias para ser implementada, a CPI recebeu mais quatro assinaturas após o crime de Guarapuava e precisou de uma contenção do Palácio Iguaçu para não sair do papel. A troca do secretário de Segurança foi a principal resposta do governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) aos deputados e sepultou de vez a tentativa de CPI.
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Sugerida pelo Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado do Paraná e encampada pela bancada de oposição na Assembleia, a CPI visava apurar “irregularidades na gestão do serviço de segurança pública do Estado” e tinha, entre outros focos, a falta de pessoal, o acúmulo e desvio de função dos policiais, a permanência de presos em delegacias de polícia, a falta de estrutura e equipamentos, a ausência de ao menos um policial civil por município do estado e o cancelamento dos concursos públicos para a Polícia Militar e Polícia Civil.
Após o incidente em Guarapuava, deputados ligados às forças de segurança e outros com a base eleitoral no município também assinaram o requerimento de instalação da CPI. Faltando apenas duas assinaturas para a CPI ser instalada, o governador chamou os deputados da base ligados à Segurança Pública para uma reunião, na última terça-feira, no Palácio Iguaçu, para tentar conter a CPI, evitando desgaste político em ano eleitoral. Na quarta-feira, anunciou a substituição do secretário de Segurança, trocando o coronel Rômulo Marinho pelo delegado da Polícia Federal Wagner Mesquita.
“Estão falando que a ‘bancada da bala’ derrubou o secretário. Nós fomos sim tratar com o governador sobre segurança pública, mas não estivemos lá para exigir a troca de ninguém. Fomos falar dos problemas dos policiais e pedir a participação de deputados na comissão que discute a revisão dos subsídios das classes”, afirmou, na tribuna da Assembleia, o deputado Delegado Jacovós (PL), um dos que assinou o requerimento de CPI em abril deste ano. Apesar de negar que os deputados tenham pedido a saída de Marinho, Jacovós elogiou a troca de secretário. “Nada contra o Marinho, tem seu mérito, mas, para tocar a segurança do Estado, tem que ser alguém vindo da polícia. Apoiamos a decisão do governador, mas não estivemos lá para cobrar uma decisão do governador nessa área”, disse, lembrando que Rômulo Marinho é coronel do Exército.
Após a reunião com o governador, o deputado Luiz Fernando Guerra (União) retirou sua assinatura do requerimento de CPI, que conta, agora, com 15 subscrições. Com a conversa com os parlamentares e a troca de secretário, o governo espera ter contido qualquer movimento por novas adesões à CPI, que deve voltar à gaveta.
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