Com a missão de construir um palanque para o presidenciável Ciro Gomes e isolado na polarização entre Ratinho Junior (PSD) e Roberto Requião (PT) na disputa local, o PDT do Paraná ainda não definiu sua estratégia eleitoral para outubro. Por conta dessa indefinição, o partido perdeu dois de seus três deputados estaduais na janela partidária (Marcio Pacheco e Nelson Luersen) e ficou com sua representatividade reduzida a um deputado estadual, Goura, e um federal, Gustavo Fruet. E, enquanto Goura fechou bloco partidário com o PT na Assembleia Legislativa, Fruet se recusa a caminhar, novamente, ao lado do PT numa eleição (foi eleito prefeito de Curitiba com apoio, e vice, do partido).
Assegure as principais notícias do PR em seu celular
Em entrevista à coluna, o deputado federal, que chegou a ser cotado para uma candidatura ao Senado na chapa de Requião, disse que uma aliança com o ex-governador, neste momento, causaria uma crise de identidade partidária e inviabilizaria projetos futuros da sigla, que pretende lançar candidatos à prefeitura de Curitiba, em 2024, e ao Governo do Estado, em 2026. “Eu sou contra aliança com o PT e com o Requião. Primeiro, porque eu acho que isso gera uma crise de identidade, já falei isso internamente no PDT. Temos que ter a humildade de entender o nosso tamanho, mas a gente tem um projeto eleitoral pra valer ou a gente vai marcar posição? Você tem setores do PDT que, ao contrário do Ciro, preservam toda a relação com o PT e com o ex-presidente Lula. Mas o Ciro tem sido contundente, com críticas até de natureza pessoal. Só que isso gera essa contradição. E, numa campanha, isso será muito explorado”.
Seria falta de coerência me unir a Requião, diz Fruet
Fruet disse que Requião faz parte de um grupo de forças políticas no estado que perdura há 40 anos, que gostaria de ver rompido. “É a autofagia da política do Paraná. Muda governos, mas não há nenhuma mudança na essência, na relação com os grandes fornecedores. E temos que lembrar que, em 2012, quando disputei a prefeitura, Requião apoiou o Greca e, depois, junto com o Beto Richa, apoiou o Ratinho Junior no segundo turno. Seria uma absoluta falta de coerência eu me unir a todas essas forças que sempre trabalharam contra mim”, disse. “Não fico remoendo, estou pensando no futuro, mas isso é porque é lógico. Quando escuto o discurso fácil, de que de um lado estão canalhas e reacionários e de outro lado estão forças progressistas, não é tão simples assim. Até porque o Beto e o Requião estiveram juntos contra mim e, agora o Beto e o Requião estão juntos contra o Ratinho. Eu não mudei. Tem alguma coisa que precisa ser compreendida nesta motivação”, acrescentou.
Fruet diz que PDT precisa se reestruturar e se lança para 2026
Reconhecendo que a prioridade do partido precisa ser o projeto nacional da candidatura de Ciro Gomes, Fruet afirmou que o PDT deveria ter construído uma candidatura ao Governo do Estado, mas admitiu que, no atual momento, será muito difícil viabilizar um nome. “Temos que ter a humildade de entender que o PDT não é um grande partido no Paraná. Então temos que definir a estratégia e eleger a prioridade: é a eleição do Ciro, ou vamos querer ter chapa completa, ou começar a discutir todas as alianças possíveis e imagináveis, sob o risco de a gente ficar sem identidade, ser engolido a ponto de entrar em um processo de perda de protagonismo que o PDT ainda tem na capital, com três vereadores e os dois deputados sendo de Curitiba”, disse.
O deputado afirmou ter uma boa relação com Goura, apesar das posições divergentes nessa discussão das alianças e deixou claro que ambos podem disputar as eleições majoritárias em 2024 e 2026. “Ele tem uma posição que eu respeito, ele teve um apoio expressivo de alguns setores da esquerda na eleição para prefeito, mesmo sem aliança. Esse é o debate político, não há intriga nisso, nem divergência, não é pessoal. Eu acho que não vale o sacrifício que ele tem feito por algumas figuras, mas talvez seja porque ele não viveu o que eu vivi. Então, procuro não contaminar com isso. Só deixei claro que a eleição deste ano pode tirar o protagonismo do PDT e eu quero que o partido seja protagonista em 2024 e vou trabalhar muito, passando essa eleição, para ter o protagonismo em 2026”, concluiu.
-
Censura clandestina praticada pelo TSE, se confirmada, é motivo para impeachment
-
“Ações censórias e abusivas da Suprema Corte devem chegar ao conhecimento da sociedade”, defendem especialistas
-
Elon Musk diz que Alexandre de Moraes interferiu nas eleições; acompanhe o Sem Rodeios
-
“Para Lula, indígena só serve se estiver segregado e isolado”, dispara deputada Silvia Waiãpi
Reintegrado após afastamento, juiz da Lava Jato é alvo de nova denúncia no CNJ
Decisão de Moraes derrubou contas de deputado por banner de palestra com ministros do STF
Petrobras retoma fábrica de fertilizantes no Paraná
Alep aprova acordos para membros do MP que cometerem infrações de “menor gravidade”
Deixe sua opinião