Priorizando a eleição presidencial e a disputa para o Congresso Nacional, para garantir governabilidade em caso de eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, o PT admite abrir mão de algumas candidaturas estaduais em outubro. O recuo teria o objetivo de conquistar novos apoios a Lula e não desperdiçar recursos do fundo eleitoral e do fundo partidário em candidaturas sem potencial de vitória.
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O partido, que disputou o governo de 18 estados em 2018, tem, hoje, 13 pré-candidatos a governador, número que pode ser reduzido a 9 candidatos após as convenções. Presidente estadual do PT e coordenador da campanha de Lula no Paraná, o deputado Arilson Chiorato admitiu a estratégia, mas negou que uma das candidaturas a ser desarticulada seja a de Roberto Requião (PT).
“Podemos sim abrir mão em alguns estados, como estratégia, mas não no Paraná, porque a candidatura do Requião é uma das mais viáveis. A pré-candidatura do PT com melhor desempenho, hoje, é a de Fernando Haddad, em São Paulo; depois, a da governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra; e a terceira é a do Requião. Então, Requião é uma das prioridades do PT, até porque a região Sul do país é onde o partido tem mais dificuldade eleitoral, mas, ao mesmo tempo, mais potencial de crescimento. E o melhor resultado no Sul é o do Requião”, disse Chiorato.
O presidente estadual também citou que, com o baixo número de candidatos e a provável aliança do governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) com o presidente Jair Bolsonaro (PL), a eleição do Paraná tende a ser a mais nacionalizada. “A eleição nacional será polarizada entre Bolsonaro e Lula e, aqui no Paraná, entre Requião e Ratinho Junior. Acho que não existe espaço para terceira via em nenhum dos casos. Ambas as eleições tendem a se decidir no primeiro turno”, disse, revelando que a estratégia da campanha de Requião será nacionalizar a disputa.
“A gente sente que a colagem de Requião com Lula e Bolsonaro com Ratinho pode aumentar as intenções de voto de Requião e diminuir as do Ratinho. Então, a gente sente que nacionalizando o debate, aumentam as chances do Requião. E não é só nacionalizar por questão eleitoral, o Ratinho é, de fato, parceiro do Bolsonaro nos três últimos anos. Então, mesmo que ele não queira discutir isso durante a campanha, será impossível tirar essa marca”.
Chiorato comentou que mesmo com os números da última pesquisa (Real Time Big Data, divulgada na última quinta-feira, 21)* mostrarem Requião 27 pontos atrás de Ratinho, a candidatura do ex-governador é considerada viável pela direção nacional do partido. “Numa eleição polarizada, uma diferença de 20 pontos, na real, é de 10, porque você precisa obrigatoriamente tirar os votos do adversário. Então, passando 10 do adversário para você, está empatado. Cada voto, no Paraná, vai valer dois, e foi essa a opção do Ratinho Junior ao pressionar pela descontinuidade de outras candidaturas, como a do Cesar Silvestri. Mas é uma jogada arriscada, antecipando o segundo turno. E se a eleição for nacionalizada de cima à baixo, ele pode perder”, afirmou.
Metodologia da pesquisa citada
*A pesquisa eleitoral encomendada pela Record TV para a Real Time Big Data entrevistou 1,5 mil pessoas presencialmente, entre os dias 19 e 20 de julho. A margem de erro do levantamento é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%, sob o registro na Justiça Eleitoral com o número PR-06745/2022.
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