Encerrada a eleição estadual, partidos e grupos políticos já analisam o resultado das urnas projetando as próximas disputas. Quem ganhou e quem perdeu votos? Quem foram os grandes vitoriosos? E os grandes derrotados? Quem sai das eleições de 2022 já projetado para a disputa de 2026?
Com Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) reeleito, o que, consequentemente, lhe deixa fora da disputa pelo Governo do Estado em 2026, o cenário está bastante aberto para o surgimento de novos nomes nestes próximos quatro anos. A escolha do vice de Ratinho Junior colabora para isso, pois, ao contrário dos últimos vice-governadores, Darci Piana (PSD) não alimenta nenhuma expectativa de disputar a sucessão do governador. A eleição também deve ter marcado o fim da carreira política de Roberto Requião (PT) e Alvaro Dias (Podemos). Beto Richa (PSDB) esperava uma votação consagradora para deputado federal para ensaiar uma nova candidatura majoritária. Mas essa votação não aconteceu e ele só está eleito, hoje, por conta da cassação do registro de candidatura de Jocelito Canto (PSDB).
“Quando Roberto Requião foi reeleito, em 2006, todos já sabiam que Osmar Dias e que Beto Richa seriam candidatos em 2010. Quando Beto Richa foi reeleito, em 2014, todos já sabiam que Ratinho Junior e Cida Borghetti seriam candidatos em 2018. Agora, não há nenhuma indicação de quem poderá estar nesta disputa”, comentou o deputado estadual mais votado desta eleição, Alexandre Curi (PSD), que quer utilizar desta expressiva votação de 237 mil votos para se apresentar para uma candidatura majoritária em 2026.
A coluna ouviu as principais lideranças partidárias do estado para tentar antecipar que nomes despontam para a disputa estadual daqui quatro anos. Confira os nomes apontados:
Os possíveis nomes para 2026
Mais uma vez, seguindo os passos de Roberto Requião, Jaime Lerner e Beto Richa, um prefeito de Curitiba é cotado para disputar o Governo do Estado. No partido de Ratinho Junior desde o ano passado, a estratégia de Greca é concluir seu mandato com boa avaliação em 2024 e ocupar uma secretaria estratégica no Governo do Estado nos dois anos seguintes (como a de Desenvolvimento Urbano). Assim, ampliaria seu contato com os demais prefeitos para tornar-se conhecido no interior do estado, sendo o nome do PSD na sucessão de Ratinho Junior. A saúde e alguns desgastes que vem enfrentando na gestão da capital são seus principais obstáculos.
Um dos grandes vencedores das eleições deste ano, depois de alguns tropeços até conseguir se eleger senador pelo Paraná, Sergio Moro (União) tem grandes chances de assumir um papel de protagonismo no Congresso Nacional. Em caso de vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno da eleição presidencial, Moro pode tornar-se o principal nome da oposição no Senado, o que lhe daria ainda mais notoriedade política. Com mandato de oito anos, Moro poderá disputar as eleições de 2026 sem a preocupação de ficar sem mandato em caso de derrota. Se não optar por um projeto mais audacioso, como a candidatura à Presidência da República, que lhe foi tirada neste ano, surge como um potencial nome forte para a disputa pelo Governo do Paraná.
Ao aderir à campanha de reeleição de Ratinho Junior e abrir mão da candidatura de Guto Silva ao Senado, o PP, do deputado federal Ricardo Barros, deixou claro que irá exigir protagonismo na próxima eleição. Com o nome de Guto Silva fritado internamente na construção da chapa deste ano, o prefeito de Londrina, Marcelo Belinati, desponta como a principal figura do partido para reivindicar uma posição de destaque na chapa de sucessão de Ratinho Junior.
Se o “plano Greca” não vingar, Alexandre Curi diz estar pronto para buscar a sucessão de Ratinho Junior. Deputado estadual mais votado, com mais de 100 mil votos a mais do que o segundo colocado, Curi sustenta que seu resultado nas urnas o credencia para qualquer disputa em 2026. “Teremos quatro cargos majoritários em disputa [governador, vice-governador e duas vagas para o Senado] e eu quero disputar um deles”, disse o deputado.
Depois de precisar recorrer ao octogenário Roberto Requião nesta eleição, o PT e a oposição ao governo Ratinho Junior saem do pleito sem um novo nome para 2026. Segunda deputada federal mais votada no estado, com 261 mil votos, a presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann, segue muito mais envolvida com as questões nacionais do que as estaduais. Carol Dartora também obteve um resultado expressivo, mas ainda é vista como uma liderança muito nova, embora tenda a ser testada numa candidatura à Prefeitura de Curitiba em 2024. Requião Filho é petista recém-filiado, ainda terá obstáculos internos a vencer. Embora reeleito, Goura, no PDT, perdeu votos em relação a 2018, o que fez diminuir as expectativas sobre seu potencial eleitoral. O nome cogitado pelo PT, neste momento, é de Arilson Chiorato. Presidente estadual do partido, coordenador da campanha de Lula no Paraná, líder da oposição na Assembleia Legislativa e coordenador da Frente Parlamentar do Pedágio, o petista vem buscando projeção para ser o nome da oposição em 2026.
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