Na presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de cerca de mil pessoas entre militantes do partido e de legendas aliadas, o ex-governador Roberto Requião assinou, nesta sexta-feira, 18, sua ficha de filiação ao Partido dos Trabalhadores. Pelo PT, Requião pretende disputar o Governo do Estado nas eleições de outubro. Em seu discurso, o ex-governador disse que voltará a disputar um cargo eletivo, representando a frente partidária de esquerda, para enfrentar o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD).
“Pela segunda vez em minha vida associo-me a um partido político. Mais que um novo casamento, é uma renovação de votos, reafirmando minha fidelidade ao povo brasileiro e ao país. Se, lá atrás, reunimos no MDB uma frente de brasileiros com objetivo comum da derrubada da ditadura, agora, nos agrupamos pela recuperação de um país, contra um governo que aniquila a soberania nacional e os direitos dos trabalhadores. Espero que mais brasileiros tomem a mesma posição. Afinal esses dias tão sombrios e devastadores não concedem espaço a titubeios, hesitações ou melindres. A tarefa que temos é infinitamente maior que nossas diferenças: a reconstrução e salvação do país”, declarou Requião.
Junto com Requião, filiaram-se ao PT seu filho, o deputado estadual Requião Filho e os líderes sindicais Sergio Butka (do Sindicato dos Metalúrgicos) e Nelsão da Força Sindical. “Tenho convivido com a militância do PT há algum tempo e hoje, depois de uma reflexão profunda e pensada, com o Lula e a Gleisi (Hoffmann - presidente nacional do partido), eu assino minha ficha de filiação e não assinarei sozinho. Comigo assina o deputado Requião Filho e velhos companheiros de luta: Sergio Butka e Nelsão, combativos líderes sindicais. E, praticamente fechamos, no Paraná, o conjunto das federações sindical em apoio à minha e à candidatura e eleição de Lula”, frisou. “O caminho que nunca haverá de ser uma reta só é esse. Haverá divergências, tropeços, mas o objetivo último é um só: escorraçar a canalha que, numa hora tão infeliz instalou-se no Paraná e no Brasil”, afirmou.
O ato de filiação de Requião ao PT marcou a volta de Lula a Curitiba, cidade que não visitava desde que deixou a carceragem da Superintendência da Polícia Federal do Paraná, em 2019. O evento contou, ainda, com a presença de algum dos principais nomes do partido no cenário nacional, como o governador do Piauí, Wellington Dias, os senadores Paulo Rocha, Rogério Carvalho e Jacques Wagner, além dos ex-senadores Ideli Salvatti e Lindbergh Farias.
Fundador do MDB do Paraná, Requião deixa o partido após perder a convenção estadual da legenda para o deputado estadual Anibelli Neto, que já direcionou o partido para uma aliança com o governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), que disputará a reeleição. Mesmo sem partido, o ex-governador lançou-se pré-candidato ao governo, enquanto recebia convites de diversas legendas do campo da centro-esquerda. Visto como a garantia de palanque para Lula no Paraná, Requião oficializou, nesta sexta-feira, sua filiação ao PT.
No discurso, Requião afirmou, ainda, que Lula seria o único nome capaz de “desanuviar os tempos tenebrosos” que, segundo ele, o país atravessa. “São 3 anos de temer e 4 de Bolsonaro, anos que, um dia os livros de história vamos registrar como os anos de destruição do Brasil. O governador do Paraná espelha o presidente da República. Não há sensibilidade, fraternidade, amor ao povo. Quando muito, arremessam esmolas aos mais pobres”, disse. “Quem não tem afinidade, quem não se identifica com o agricultor, o operário, o servente de pedreiro, a dona de casa, a gente humilde das nossas periferias, não merece um mandato popular. Talvez seja essa, a batalha das nossas vidas”, concluiu.
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