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A alegria de cada um
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Páscoa, feriadão, muita gente esbanjando alegria por aí. Muita gente, não todos. Beronha, por exemplo, faz parte da minoria que não pouco tem a comemorar e mesmo para lembrar com um suspiro de saudade. Bons tempos? Nem sempre. Nosso anti-herói só não comeu o pão que o diabo amassou porque o dito cujo, o tinhoso ou capeta não era padeiro.
– Se fosse, dava para encarar, admite.
Natureza Morta conhece a figura, Beronha, não o demo. Conta que o indigitado nunca foi a Matinhos ou Praia de Leste. Caiobá, a divina, nem pensar. Beronha só conheceu o mar na tela do cinema. Sessão do Cine Curitiba. Estava passando “O Mar É Nosso Túmulo”. Aliás, um bom filme de Robert Wise, de 1958. “Run Silent Run Deep” tinha no elenco Burt Lancaster, Clark Gable, Brad Dexter e Jack Warden.
Sorvetão multicolorido? Só de longe, quando passava em frente às lojas Americanas, então na Rua XV.
Sapato em bom estado? Apenas aquele de ir à missa aos domingos. Até botina ringideira era um luxo. O máximo que conseguiu na vida foi uma bota. Na verdade, um coturno, quando sentou praça no Exército. Mas, ao dar baixa, foi obrigado devolver o coturno. Diante do sargento, lamentou: “Logo agora que ele estava amaciado”…
Beronha teria confessado ao Natureza (sem querer, por puro descuido) uma outra coisa. Quando criança, só teve um animalzinho de estimação. Era um morcego. Morcego vivo e que dormia com ele. Pendurado na cabeceira do berço. O anti-herói, no entanto, vai levando e aproveita a vida principalmente quando faz uma visita a Natureza na mansão da Vila Piroquinha.

ENQUANTO ISSO…


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