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Arena. A Arena do João
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Passado o vendaval, teremos a Copa em Curitiba. Beronha gostou – da Copa e porque ela significa copo. Quanto à Arena, haverá muitas homenagens, certamente, quando da inauguração. Mas, honrando os velhos tempos, há quem faça desde já uma cobrança:

– Não esqueçam uma insigne figura, o João, João Saldanha, João Sem Medo. E o campinho “lá para os lados de Água Negra (sic), onde os moleques jogavam”.

A vida (sempre) em jogo

Um dos “filhotes do Atlético”, foi na Baixada que ele adotaria o esporte:

– Passei a torcer pelo Atlético e a gostar de futebol.

Pausa para recomendar a leitura de João Saldanha – Uma vida em jogo, de André Iki Siqueira, Companhia Editora Nacional, 2007. É mais do que a biografia do mais consagrado jornalista esportivo do país. “Como num romance de aventura, temos uma história de tirar o fôlego”. Basta ver que, ainda no Paraná, ele ajudou a organizar a guerrilha camponesa de Porecatu, que durou sete anos (1944 a 1951). A propósito, temos outro livro altamente recomendável, o do jornalista Marcelo Oikawa, Porecatu – A guerrilha que os comunistas esqueceram, Editora Expressão Popular, de 2011.

De volta a Iki Siqueira: ao vir para Curitiba, o menino João, filho do maragato Gaspar Saldanha, foi morar na Rua Iguaçu, “que vai lá para os lados de Água Negra (sic)”. Bairro que, na verdade, era chamado de Água Verde, por conta das algas. Os fundos da casa davam para “o território do Atlético (Paranaense)”, que estava criando raízes nessa época e nasceria oficialmente em 1924, com a fusão do Internacional e o América.

A molecada da rua

Um dia, depois de ver muitas peladas disputadas por moleques da rua – “no campo tinha um brejozinho, e um pedacinho de um campo, uns trinta ou quarenta metros” – o garoto João decidiu “conhecer o campo do Atlético e passou a ir todos os dias”.

– Fui lá ver como era e acabei escalado no Filhotes do Atlético.

Ainda do livro de Iki Siqueira: após ter vestido a camisa e defendido o clube paranaense, João adotou o esporte. Com total paixão pelo Atlético.

Para encerrar, a observação de Saldanha sobre as peladas no campinho:

– Engraçada a mentalidade perfeita deles. Fora o goleiro, ninguém tinha posição. Só vi isso em 1969, na Alemanha. Se aos dezoito, dezenove anos a gente não sabe o que quer ser na vida, imagina se guri sabe a posição em que vai jogar?

ENQUANTO ISSO…

23 fev

 

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