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A boa e a má notícia
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Presidente da iniciativa Grupo Pipoquinha, Fátima Marinho lançou no início do mês, em Recife, um CD de forró. A novidade? O CD traz capa também em braille. Entre as músicas estão Viva Santo Antônio e Festa Junina, da própria Fátima, e Olha pro Céu, de Luiz Gonzaga. O lançamento foi no Instituto de Cegos Antônio Pessoa de Queiroz, no bairro das Graças.

Ao ler a notícia, no Diário de Pernambuco, professor Afronsius viajou no tempo. Mais antigo jornal em circulação no país (189 anos), o Diário ganhou o Prêmio Esso de 2008 na categoria Melhor Contribuição à Imprensa por um projeto pioneiro, único no mundo: edição em Braille. De autoria de Marcondes Brito e Vera Ogando, a matéria Diário em Braille mostrava “o extraordinário alcance social da iniciativa, ao permitir que milhares de deficientes visuais do Estado de Pernambuco passassem a dispor das mesmas informações impressas diárias oferecidas aos demais leitores”.

Páginas picotadas em frente e verso

O jornal em Braille do DP começou a circular com 100 exemplares, formato A-4, 50 páginas, picotadas em frente e verso. Produzido em parceria com a Cooperativa do Produtor Portador de Deficiência (Codefil), era distribuído gratuitamente a entidades de apoio a deficientes visuais.

Cada linha de texto da versão em tinta do Diário se transformava em três linhas no exemplar de pontos. Uma equipe de jornalistas cuidava exclusivamente do projeto. Entravam na edição as principais notícias do dia produzidas pelo jornal papel. Na Codefil, mais cinco profissionais trabalhavam na editoração, revisão, impressão, montagem e encadernação.

Sim, já existia um jornal para deficientes visuais em Portugal, só que ele circulava mensalmente, o que reforçava – se é que isso viesse a ser necessário – a importância do trabalho de inclusão patrocinado pelo jornal pernambucano. Havia também, no Brasil, publicações periódicas para deficientes visuais, mas, como comentou um jornalista paranaense, integrante da comissão do Prêmio Esso, “nada como manusear um jornal diário, não é?”

Encerrando, ou lamentando a má notícia: por falta de patrocínio, a edição em Braille só durou 5 meses.

ENQUANTO ISSO…

12 julho (1)

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