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A dura luta pelo voto
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As eleições biométricas em Curitiba, marcadas para o próximo ano, poderão ser suspensas. É preciso que o recadastramento atinja, no mínimo, 80% dos eleitores. Pelo último levantamento, apenas 52% deles tinham comparecido ao Tribunal Regional Eleitoral, daí o alerta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Natureza Morta não gostou:
– Fui um dos primeiros a fazer o novo título.
Beronha, nosso anti-herói de plantão, não deu muita importância:
– O Cacareco não é mais candidato mesmo.

Uma longa jornada

A batalha pelo voto no Brasil – em todos os sentidos – é coisa antiga. Diante da surpresa de Beronha, o solitário da Vila Piroquinha começou por citar o voto das mulheres.
– Voto? Mas elas já mandam em tudo, com ou sem mandato… – espantou-se Beronha.
Natureza acionou, então, a seção Achados&Perdidos, exclusiva do blog. Foi em 1927 que elas conquistaram o direito de votar. Até então, eram simplesmente proibidas. A mudança veio por iniciativa do governador Juvenal de Faria, do Rio Grande do Norte, que apresentou emenda à Constituição estadual permitindo o voto “sem distinção de sexos”.
A emenda foi aprovada e, no ano seguinte, as mulheres foram às urnas. Mas, como era uma eleição para o Senado Federal, os votos femininos foram considerados nulos. Segundos juristas, o voto das mulheres só teriam validade em eleições estaduais.

Ganhando embalo

O assunto deu pano pra manga, manga masculina e feminina, e as feministas arregaçaram as suas dando mais força ao movimento pelos direitos civis. Em 1928, vários estados seguiram o exemplo potiguar e passaram a aceitar o alistamento eleitoral “sem distinção de sexos”. Finalmente, em 1929, é eleita a primeira prefeita da América do Sul. Alzira Floriano, de Lages, Rio Grande do Norte, ganhou – e o país teve que engolir.
Mas a discriminação só terminaria definitivamente em 1932, com a promulgação do Código Eleitoral, permitindo o chamado voto feminino. No entanto, como as eleições foram abolidas de 1930 a 1945, foi preciso esperar a queda do Estado Novo de Getúlio Vargas para que elas pudessem votar, efetivamente.

Golpe baixo

Ah, o golpe do Estado Novo veio no dia 10 de novembro de 1937, quando Getúlio mandou cercar e empastelar o Congresso e baixou uma nova Constituição, virando ditador. O grande “pretexto” para isso foi o Plano Cohen, segundo o qual – uma mentira – os comunistas arquitetavam a tomado do poder. Como se comprovou mais tarde, era uma “hipótese de trabalho” apresentada pelo então capitão Olímpio Mourão Filho (ele mesmo) para a Ação Integralista Brasileira.

ENQUANTO ISSO…


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