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A história pela metade
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Esforçado aluno nas aulas de História, nos tempos de ginásio e científico, o professor Afronsius continuou em frente. Até hoje é um apaixonado pela matéria. Enquanto lê tudo que pode, lamenta que o ensino da História, principalmente a do Brasil, é pouco abrangente e profundo.
Natureza Morta concordou: não raras vezes sabemos mais da formação dos Estados Unidos do que sobre a nossa própria origem. Basta ver os episódios das invasões francesa (1555 e 1612) e holandesa (1621).

Holandeses duas vezes

Em busca de açúcar, em 1621 a Holanda invadiu o Brasil Colônia. O alvo foi a Bahia, mas a incursão – ou expedição – deu com os burros n’água, não durou muito. Os colonos portugueses enxotaram os invasores. Em 1630, olha eles aí de novo. Desta vez, aportaram em Pernambuco. Tiveram mais sucesso na empreitada, tanto que a Holanda o príncipe Maurício de Nassau. O domínio se estendeu por boa parte do território.
Mas começaram a pipocar revoltas. Após muitos combates, o governador Maurício de Nassau deixou o cargo, ajudando a reação contra os intrusos, ocorrendo entre outras a batalha de Guararapes. Em 1654 chegava ao fim o domínio holandês.

Participação feminina

Aproveitando o Sol da manhã (“a chuvarada parece ter encerrado o plantão em Curitiba”, segundo Beronha), Natureza prolongou o dedo de prosa junto à cerca (viva) da mansão da Vila Piroquinha. E, com ajuda da seção Achados&Perdidos, exclusiva do blog, recorreu à Revista de História da Biblioteca Nacional, edição de agosto de 2010, que toca na questão dos “esquecidos”, com a sistemática “ausência” das mulheres.
Está lá, sob o título Filipa Camarão. “Algum tempo atrás, era comum conhecermos apenas os protagonistas masculinos da História do Brasil. Mas esta grande injustiça não conseguiu apagar as atitudes aguerridas de muitas brasileiras. É o caso de Clara Felipa Camarão, índia potiguar, companheira de Felipe Camarão, o mais famoso herói indígena na guerra contra o domínio holandês no atual Nordeste brasileiro, no século XVII”.

Reconhecimento real

A destemida Felipa lutou nas décadas de 1630 e 1640. Como conta a revista, “na dramática batalha de Porto Calvo, em 1637, enquanto os lusos-brasileiros eram massacrados e batiam em retirada, Clara e Felipe não abandonaram o posto”.
No combate de Tejucopapo, em 1646, “liderou outras mulheres em episódios heroicos da resistência contra os holandeses. Por sua coragem, ganhou do rei de Portugal o privilégio de ser chamada de “dona”, merecida homenagem a uma autêntica heroína”.
Honra e glória a Felipa Camarão.

ENQUANTO ISSO…


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