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A liberdade de palavra
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Em Meu Último Suspiro, publicado no Brasil em 1982, Luis Buñuel faz uma radiografia do cliente de bar, que é movido por dois objetivos:

– Participar de uma peña, algo como um alegre e barulhento reencontro com amigos, ou simplesmente ficar bebendo e olhando, tal qual um guru de monastério, para a parede.

Como se vê, não são poucos os que afirmam, com um bom lastro de razão, que não existe nada melhor do que jogar conversa fora num boteco. Professor Afronsius e Natureza Morta concordam, mas não deixam de manter razoável distância de quem fala sem parar. Ou, pior ainda, fala alto.

No caso, temos um tal de Mario Cachoeira. Cachoeira é apelido, por supuesto, e alguém já justificou o motivo da alcunha, ou apodo, tanto faz:

– Cachoeira porque deve ter nascido e foi criado no pé de uma cachoeira, onde é preciso falar alto permanentemente.

Quanto aos prolixos, aqueles que não param de falar, professor Afronsius já brindou um cabôco desse time da logorreia com um comentário mais do que certeiro:

– Ele é um desses caras que consideram a liberdade de palavra não como um direito, mas como uma obrigação contínua.

Aí, professor Afronsius e Natureza resolveram encerrar o papo diante do rotundo puxão de orelha de Beronha, nosso anti-herói de plantão:

– Cuidado. Quem cochicha o rabo espicha.

ENQUANTO ISSO…

 

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