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A verdade. Factual
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Com um certo atraso – “a culpa deve ser da logística da Ambev”, tascou Beronha -, só agora o número de fevereiro da Revista de História da Biblioteca Nacional chegou a Curitiba. A dois dias da edição de março. Professor Afronsius já andava nervoso.

– Trata-se de uma revista cujo conteúdo recompensa plenamente todo o esforço que muitas pessoas, a começar por mim, empreenderam para aprender a ler. E tentar entender as coisas do mundo. Sem muito sucesso, aliás.

A medicina, ontem e hoje

Também leitor assíduo da RHBN, Natureza Morta concordou, aproveitando para aplaudir a matéria de capa. “Autópsia de D. Pedro I – Médico particular do monarca revela detalhes de sua morte”. Assinada por Claudia Thomé Witte, pesquisadora independente e coautora do livro O Brasil como Império, Companhia Editora Nacional, 2009, conta que, em 2012, “o corpo de D. Pedro I começou a ser estudado pela primeira vez com todos os recursos da atual medicina, trabalho conduzido pela arqueóloga Valdirene do Carmo Ambiel para o Museu de Arqueologia e Etnologia da USP”.

E o que temos? Uma revelação inédita:

– A autópsia de D. Pedro aponta para a sua saúde frágil, muito frágil, e livra seu médico particular – João Fernandes Tavares – da acusação de envenenamento.

As más línguas, sempre

Na Carta da Editora, Vivi Fernandes de Lima destaca que “as más línguas suspeitavam de envenenamento”. O jovem que se tornara imperador aos 26 anos, era “boêmio, um tanto fogoso, e enfrentou guerras, acidentes e uma série de percalços de saúde”.

Mas, graças a um impresso avulso, de quatro páginas, o Dr. Tavares registrou a autópsia, tim- tim por tim-tim. “A forma como o documento é escrito extrapola as notações técnicas da função. Linha por linha, narra a história de cada órgão, como personagem de um grande drama”.

Assim, a RHBN brinda o leitor com um documento exclusivo (de 1834) que “apresenta o complexo contexto da morte de D. Pedro, mergulhado na disputa familiar pelo trono português”.

O Doutor Canudo

Em tempo I: trabalhando no Brasil, Dr. Tavares, também professor e escritor, “ficou conhecido, inicialmente, como Doutor Canudo, “por ter trazido para o país o até então desconhecido estetoscópio, instrumento originalmente concebido para que os médicos pudessem auscultar suas pacientes sem precisar encostar em seus seios”. Cilindro de madeira com um palmo e meio de comprimento, realmente parecia um canudo.

Em tempo II: primeiro imperador do Brasil (1822 a 1831), D. Pedro, na verdade Pedro de Alcântara Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon, nasceu em Queluz, no dia 12 de outubro de 1798. Chegou ao Brasil em 1808, com 9 anos de idade, em companhia da mãe, D. Carlota Joaquina, e do pai, D. João VI de Portugal. Fugindo da ameaça de invasão por parte de Napoleão.

D. Pedro I foi o cara que proclamou a independência do Brasil (7 de setembro de 1822) e abriu mão de duas coroas. Quanto à independência, ainda corre que ela foi proclamada, mas ainda não conquistada. D. Pedro herdou do pai a coroa portuguesa, renunciou, porém, em favor da filha, Maria da Glória. E, para terminar com os conflitos entre brasileiros e portugueses, passou a coroa ao filho, Pedro de Alcântara, que viria a ser D. Pedro II. Morreu em Queluz, sua cidade natal, no dia 24 de setembro de 1834.

História é história, cedo ou tarde sepulta o que se propaga a partir das más línguas. De ontem, anteontem e de hoje.

ENQUANTO ISSO…

26 fev

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