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Ah, esses (certos) jornalistas
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Como se sabe, há jornalistas e jornalistas. Entre os de primeiríssima linha está, sem dúvida, Samuel Wainer, fundador do jornal Última Hora. O Samuca – para os mais próximos. E, sobre as “grandes sacadas” jornalísticas, temos um exemplo disso em “Minha Razão de Viver – Memórias de um repórter”, autobiografia de Samuel Wainer, Editora Planeta, 2005, organização e edição de textos de Augusto Nunes.
Quando do suicídio de Getúlio Vargas, no dia 24 de agosto de 1954, no Palácio do Catete, Rio de Janeiro, conta Wainer ter se lembrado da página com a manchete da UH publicada na véspera, que “continuava composta em chumbo”:
SÓ MORTO SAIREI DO CATETE.
“Tive a ideia de republicá-la exatamente como saíra na véspera, mudando apenas alguns detalhes. Numa linha no alto da página, escrevi: Ele cumpriu a promessa. Abaixo da frase em que Getúlio prevenia que não o tirariam vivo do palácio, descrevi o suicídio do presidente da República”. E, ainda na oficina do jornal, redigiu a mão “cerca de dez linhas conclamando o povo a manter a ordem, evitando ceder ao desespero e cometer atos que só serviriam à reação”.
A UH vendeu quase 800 mil exemplares. “A oficina não parou de trabalhar, foram 20 horas rodando edições sucessivas”.
Getúlio tinha voltado ao poder na eleição de 1950, eleito pelo PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), que ajudou a fundar. O envolvimento do chefe de sua guarda pessoal no atentado contra o jornalista Carlos Lacerda levou as Forças Armadas a exigir sua renúncia, no último ano do mandato.
Em meio à crise, optou pelo suicídio. Redigiu a carta-testamento e deu m tiro no peito. Saiu da vida para entrar na História.

Enquanto isso…


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