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Ainda à espera da paz
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A morte de Theodore Van Kirk, também conhecido como Dutch, o navegador da tripulação do Enola Gay, o avião que lançou a bomba atômica em Hiroshima, dia 6 de agosto de 1945, levou professor Afronsius a remexer seus arquivos. Antes, porém, sobre a longevidade de Dutch, 93 anos, que morreu por causas naturais, citou o caso de Paul Warfield Tibbets. Comandante do Boeing B-29, ele se foi aos 92 anos, isso em novembro de 2007.

Alguns, longe do epicentro, viveram bastante; muitos outros, bem pouco. E, entre estes, alguns nem chegaram a nascer.

Todos os homens do Enola Gay

O avião levava o nome de Enola Gay – Enola em homenagem à mãe de Tibbets, então tenente-coronel, 30 anos. O restante da tripulação era formado pelo capitão Robert Lewis (copiloto), major Thomas Ferebee (artilheiro), tenente Jacob Beser (contramedidas eletrônicas), capitão Willian Deak Parson (encarregado do lançamento da bomba), segundo-tenente Morris R. Jeppson (auxiliar no lançamento da bomba), sargento Joe Stiborik (radar), sargento George Caron (metralhadora), sargento Robert Shumard (auxiliar do engenheiro de voo), soldado Richard Nelson (operador de rádio), sargento Wayne Duzenberry (engenheiro de voo) e Luis Walter Álvarez (observador científico).

O Memorial da Paz

A bomba, a Little Boy, foi lançada sobre Hiroshima às 8h15 do dia 6 de agosto, provocando a morte de 140 mil pessoas. No dia 15 de agosto, o Japão se renderia. O Boeing B-29 era do 509.º Composite Group, criado especialmente para lançá-la. Harry Truman, que sucedera Franklyn Delano Roosevelt em abril de 1945, só tomou conhecimento da existência do artefato após assumir o governo com a morte de Roosevelt, que cumpria o seu quarto mandato.

Basta tocar o sino?

Em Hiroshima, temos Memorial da Paz, na confluência dos rios Motoyasu e Honkawa, ao lado do Domo, prédio sobre o qual, a 160 metros, explodiu a bomba do Enola Gay. Foi a única construção que permaneceu de pé num raio de muitos quilômetros. Só mesmo visitando o Memorial (que reúne fotos, filmes, depoimentos, maquetes e objetos da época) para que se possa tentar formar uma ideia mais aproximada do que foi a explosão e os efeitos da radiação nuclear. Radiação que, no decorrer do tempo, continuou matando. Alguns, longe de Hiroshima, viveram bastante; a maioria, em Hiroshima, nem tanto.

E, na praça, além da Chama da Paz, temos um grande sino. O Sino da Paz. O visitante pode (e deve) fazer com que quebre o silêncio, em nome da paz.

Se você estiver lá, toque o sino.

Ou leia Os Nus e os Mortos, de Norman Mailer, da Editora Civilização Brasileira, 1968.

A paulada na consciência é quase a mesma.

ENQUANTO ISSO…

31 julho (1)

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