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Amigo de fato e de copo
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A cena ocorreu realmente, e há dezenas de testemunhas, embora algumas delas sem condições de depor em juízo. Principalmente se houver bafômetro no caminho.
Resumindo: estava o professor Afronsius no Bar VIP da Vila Piroquinha, aquele que ele e Beronha só frequentam “ocasionalmente todos os dias”, quando um cidadão atravessa a rua e chega à bodega.
Mochila às costas, conduz preso à guia um cachorro de porte médio. Expectativa no recinto: vai desafiar a proibição estampada no primeiro aviso afixado na parede? “Proibido entrar com animais”. É, porque o segundo aviso adverte: “Proibido entrar bêbado; sair, pode”.

Salto em alto estilo

Junto ao degrau do Bar VIP, o estranho coloca a mochila no chão, abre o feixe, olha para o animal, e ele, o animalzinho, entendendo o recado, dá um salto muito estiloso para o interior da mochila. Ato contínuo, o cidadão cerra o feixe e, mochila em punho, adentra ao distinto ambiente. Diante de uma platéia em silêncio, esperando “que bicho vai dar”, coloca a mochila junto ao pé da mesa e pede uma cerveja. Mais um “lampião” – cachaça em um copo de porte médio.
Depois de secar a garrafa e dois “lampiões”, levanta-se, pede a conta, paga e empunha a mochila. Já à beira da calçada, abre o feixe e o fiel companheiro ressurge, feliz e saltitante, para a luz do dia.
O público sorri, com breves comentários em voz baixa:
– Este cara tem estilo.
– Será que, dentro da mochila, tem uma garrafinha de uísque, daquelas de metal, de carregar no bolso do paletó junto ao peito?
Alguém, lá do fundão, cita Vinícius de Moraes:
– O uísque é o melhor amigo do homem. É o cachorro engarrafado.
– Engarrafado ou “enmochilado”?
– Morro e não vejo tudo.
– De fato. Essa merece mais uma…
Ao saber do episódio, Natureza Morta também arriscou um comentário:
– Será que o cachorro não é um daqueles cães amestrados que dão show na Disney?

Companheirismo antigo

Sobre uma coisa tinha certeza: o autor da famosa assertiva “o cão é o melhor amigo do homem” foi um advogado norte-americano, George Graham Vest (1830-1904).
Durante um julgamento no Missouri, em 1870, conseguiu dobrar uma indenização a um fazendeiro, cujo cachorro, o Old Drum – Velho Tambor – foi abatido a tiros por um vizinho. Motivo: estaria atacando as ovelhas. No primeiro julgamento, o mandante da execução foi condenado a pagar 25 dólares. O proprietário contratou dois advogados, um deles Vest, e, ao apelar da sentença, obteve os 50 dólares que pretendia como indenização.
George Vest, consta, arrancou lágrimas dos jurados, principalmente quando classificou o cão como o melhor amigo do homem.

ENQUANTO ISSO…


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