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Bananeira em alta
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Uma boa parceria. Brasil e Argentina tabelando – no mundo do cinema. Foi o que noticiou a Agência Brasil. Uma coprodução resultou no longa-metragem El Ardor, de Pablo Frendik, que participará da seleção oficial do Festival de Cannes. O filme será exibido na seção Special Screenings, fora da competição, de 14 a 25 deste mês.

O que também chamou a atenção do professor Afronsius foi o nome da produtora brasileira. Bananeira Filmes. Na tela, a brasileira Alice Braga e o mexicano Gael García Bernal, que este ano será um dos integrantes do júri do festival. O ator Chico Díaz também integra o elenco do filme, que foi rodado na província de Misiones, na selva argentina, e recebeu apoio financeiro de US$ 200 mil da nossa Ancine – Agência Nacional do Cinema.

Parcerias mais antigas

Fã de cinema há muitas décadas, Natureza Morta aproveitou para destacar a importância do intercâmbio não oficial do Brasil com a Argentina e Uruguai nos duros tempos da ditadura civil militar de 64 e até triunfar a revolução do Cinema Novo.

Buenos Aires, com seu altíssimo índice de leitura, era um paraíso de livrarias ao alcance de cinéfilos brasileiros sem condições de ir à Europa ou aos EUA para garimpar publicações especializadas. A capital argentina, abrindo o leque, permitia ainda beber da cultura cinematográfica uruguaia.

Natureza tem ainda uma considerável biblioteca com livros de autores argentinos e uruguaios (e outros só traduzidos lá) sobre cinema. O que se fazia no mundo exterior. Caso de Nuevo Film, de 1968, uma série de cadernos que circulava semestralmente, sob a chancela do Departamento de Publicaciones de Cine Universitario del Uruguay.

Detalhe importantíssimo: como o objetivo era disseminar informações, e não obter lucro, para baratear o preço da publicação o papel utilizado era o mais comum possível, mas primando sempre pela inventividade na diagramação e uso de ilustrações. Cor? Só a vermelha, em títulos.

Era possível, então, se aprofundar no cinema que Antonioni desenvolvia, nos westerns de Delmer Daves, no dibujo animado, cineastas soviéticos, cine y socieadad e no cinema novo. Neste caso, temos a tradução de entrevistas feitas por Miriam Alencar com Glauber Rocha, Arnaldo Jabor, Carlos (Cacá para los amigos) Diegues, Domingos de Oliveira e Mario Fiorani, que, mais conhecido no Brasil pelo livro Breve História do Fascismo, dirigiu A Derrota (1965), com fotografia de Mario Carneiro. No longa, Fiorani procura demonstrar todo o seu repúdio à violência. Tudo isso e muito mais com os grandes construtores do cinema.

E, hoje, se a bola nos separa temporariamente, tudo mais continua nos unindo a argentinos e uruguaios.

ENQUANTO ISSO…

2 maio (1)

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