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Calçando o mesmo número
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No terceiro (e último) debate entre Barack Obama e Mitt Romney, segunda-feira, os temas mais quentes, por supuesto, estiveram ligados à política externa, em especial o Oriente Médio.
Segundo a briosa, brava e indormida imprensa (de lá), poucas divergências à margem, os candidatos têm “propostas semelhantes em relação à política externa”.
Ao abordar o assunto, “já que a nossa eleição entrou em banho-maria”, o professor Afronsius não demonstrou nenhuma surpresa:
– Como poderiam apontar caminhos totalmente diferentes na questão do Oriente Médio?
– De fato, eles são forçados a calçar pelo mesmo número. Imagine a ma$$a de interesses que há por trás? – atalhou Natureza Morta.

O complexo industrial-militar

Sobre interesses que se renovam e avançam tal qual metástase, o solitário da Vila Piroquinha sacou um livro de 1965, “O Estado Militarista”, do jornalista Fred J. Cook, Editora Civilização Brasileira.
O lá chamado “military-industrial complex” compreenderia o Pentágono e “toda a sua vasta rede de fornecedores industriais e laboratórios de pesquisa”. Foi o ex-presidente Dwight Eisenhower que cunhou a expressão, em seu discurso de despedida:
– O desenvolvimento desse amplo conjunto de forças representa um grande perigo para os próprios americanos.
Mesmo assim, o general Ike defendia o complexo como “vital para a defesa do país”:
– Mas devemos nos prevenir contra a posse de um poderio demasiado grande.

Máquina mortífera – e insaciável

Em 1969, segundo Cook, os Estados Unidos torravam por ano 79 bilhões de dólares em segurança – 10% do Produto Nacional Bruto, ou 92 centavos de cada 10 dólares gastos no país. Para 1970, os militares americanos já pediam ao governo que aumentasse o orçamento bélico para 101 bilhões de dólares.
Ainda segundo o jornalista americano, “a corrida armamentista é um grande negócio para Wall Street, além de manter o pleno emprego da mão de obra disponível”.

Próximo passo, o robô

Ainda no dedo de prosa junto à cerca (viva) da mansão da Vila Piroquinha, Natureza Morta apontou uma matéria relevante. Saiu na CartaCapital, assinada por Antonio Luiz M.C.Costa. Estão entrando em cena os robôs militares. Ou seja, aviões de ataque não tripulados e outras armas, como o SGR-A1, robô programado para “fazer qualquer serviço”.
“Os sistemas Predator e SWORDS precisam de ordem humana para disparar, mas a próxima geração a dispensará”.
Enquanto especialistas “pedem um debate sério sobre ética e leis de combate”, uma questão, como bem coloca a matéria, permanece: “Quem é responsável se um crime contra a humanidade for cometido por máquinas? Políticos, generais, soldados ou programadores?”
– Só sei que muita gente vai continuar lavando as mãos – sapecou professor Afronsius.

ENQUANTO ISSO…


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