Coisas e palavras ao léu

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O que se ouve por aí, nos mais variados lugares, circunstâncias e horários, não está no gibi. Ou está, mas tem gente que nunca leu o gibi. São tantos os comentários e de modo definitivo que Natureza Morta já disse certa vez que, o boteco funciona como o Google. “Tem resposta para tudo”, segundo ele.
A propósito desse Google geralmente etílico, o solitário da Vila Piroquinha gravou (mentalmente) uma conversa, em mesa ao lado. Um cidadão afirmava para outro que “ainda bem que o Japão não é um país de dimensões continentais, como o Brasil, caso contrário não teria inventado o bonsai”. Ou seja, a falta de espaço – que é crucial por aquelas bandas – teria levado os japoneses à redução de plantas na jardinagem.

A origem é outra

Natureza tentou ignorar o comentário, mas não conseguiu deletá-lo. É recorrente associar o bonsai à cultura japonesa, mas, na verdade, os chineses já cultivavam árvores e arbustos em vasos. Isso 200 anos DC. Para eles, era e é o Penjing.
Outros comentários e trechos de conversas captados por Natureza, que já pensa em montar uma antologia:
– O sujeito é tão azarado que não nasceu espontaneamente. Foi sorteado para o antidoping na maternidade.
– Eu sou o melhor de onde eu vim. De onde eu vim? De lugar nenhum…
– Albino Souza Cruz, fundador da Souza Cruz, morreu em Portugal aos 95 anos. Será que era fumante?
– Depois dos shows da Marta ainda tem alguém por aí que diga que futebol é coisa pra homem?
– Falta inventar o jogo de azar mais simples do mundo. O jogo de azar no qual ninguém leva sorte à mesa.
Depois de observar a agitação do solitário da Vila Piroquinha, Beronha quis saber do que se tratava. Informado, disse que preferia continua colecionando frases de pára-choque de caminhão, começando por uma famosa:
– Se o mundo fosse bom, o dono morava nele.
Natureza não perdoou. Trucou na bucha:
– Não sou dono do mundo, mas sou filho do dono.

ENQUANTO ISSO…