Culpa do sestro

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Depois de breve descanso, ou tormento, como prefere, professor Afronsius retornou da praia para Curitiba. Um tanto quanto espantado:

– Nunca vi tanta chuva e uma dança de preços tão frenética.

E tratou de explicar que se referia ao preço das cervejas. Como diz um amigo dele, o Carlos Roberto doutor Spock Marin, “com o preço salgado, as loiras não descem mais redondinhas”.

De fato. Por conta de um velho sestro, professor Afronsius não abre mão da cerveja, mas ficou desconcertado ao pular de um boteco para outro:

– A Antarctica, por exemplo, saltava de 3 merréis e 50 para 4 merréis, 5 e até 6 merréis. Recorde mesmo alcançou a Original: 11 merréis.

– O garrafão? – interveio Beronha.

– Não, a garrafa 600 ml.

– E o tal sestro? É algum aperitivo, tira-gosto? – quis saber Natureza Morta, que não dispunha de um dicionário ao alcance da mão, só um copo de cerveja.

– Não. Sestro, do latim sinistrus – hábito, mania, cacoete, tique próprio de pessoas ou grupo. Aliás, pronuncia-se séstro, com acento no E.

– Sim, claro, por supuesto, evidentemente… – concordaram os parceiros.

ENQUANTO ISSO…