• Carregando...
De fato. O país do futebol
| Foto:

O Barão de Coubertin deve estar aplaudindo. Já o general Philip Sheridan, se virado no túmulo. Os dois personagens foram citados pelo professor Afronsius, já que o educador Pierre de Frédy, o tal barão, pregava que “o importante não é vencer, mas competir. E com dignidade”.

Já o general, que participou da Guerra da Secessão e das Guerras Indígenas, foi o autor da triste frase “índio bom é índio morto”.

Explicando a questão dos túmulo, ou túmbalos, como diz o Beronha: ao acompanhar os Jogos dos Povos Indígenas, que são realizados em Palmas, capital do Tocantins, professor Afronsius ficou sabendo o mote da competição:

O importante não é competir, e sim, celebrar.

A primeira edição dos Jogos ocorreu em 1996, preparada pelo Comitê Intertribal Indígena, com o devido apoio do Ministério dos Esportes. Objetivo: integrar as diferentes tribos, “assim como o resgate e a celebração dessas culturas tradicionais”. Somos todos índios.

Até o dia 31, e com tremendo sucesso, temos a 1.ª edição dos Jogos Mundiais Indígenas, reunindo 1.100 atletas brasileiros e centenas de outros vindos do exterior. É tem índio em todo lugar. Esse primeiro evento esportivo e cultural internacional foi ideia dos povos brasileiros terenas e pode impulsionar a criação de uma espécie de comitê para organizar as próximas edições em outros países.

Dá para encarar?

São disputadas as seguintes modalidades: arco e flecha, cabo de guerra, canoagem, corrida com tora, xikunahaty (espécie de futebol que se joga com a cabeça), arremesso de lança, luta corporal, natação e zarabatana.

Segundo a Agência Brasil, em matéria de Nathália Mendes, depois de 16 jogos em dois dias de rodada, foram definidos os jogos das quartas de final do futebol masculino e feminino. No feminino, estão classificados os times das etnias Gaviões, Tapirapé, Xambioá Karajá, Xerente, Rikbaktsa e Guarani-Kaiowá, além das seleções do Canadá e Peru. Entre os homens, as equipes dos povos Karajá, Kayapó, Xerente, Kanela, Gaviões e Terena, mais Paraguai e Bolívia, avançaram.

Todos na marca do pênalti

Em quatro jogos – dois femininos e dois masculinos –, a classificação só foi decidida nos pênaltis. Pelo regulamento, cada equipe cobra três pênaltis, acrescendo cobranças alternadas extras até que haja um vencedor. Depois de protagonizarem o único jogo sem gols da rodada, os homens Kayapó eliminaram os Kuikuros na última cobrança. O mesmo aconteceu no confronto feminino entre Xerente e Kamayurá, com vitória da etnia de Tocantins por 4 a 3.

A maior goleada da rodada foi das canadenses, que fizeram 13 a 0 em cima das Assurinis. O Peru também despachou uma etnia brasileira, ao passar pelas Terenas por 7 a 0. Agora, só um dos times estrangeiros seguirá no campeonato, já que as duas seleções fazem uma das quartas de final.

Gaviões despacham os “hermanos”

No masculino, o time dos Gaviões, que joga profissionalmente e disputou a segunda divisão do Campeonato Paraense deste ano, arrancou a vitória por 1 a 0 da Argentina, decretando a saída dos “hermanos” do campeonato. As seleções do Paraguai, que venceu os Xavantes por 9 a 2, e da Bolívia, que eliminou o povo Kamayurá por 6 a 2, são os únicos times de fora do país nesta reta final da competição.

– Aqui é terra de índio, felizmente – decretou o professor Afronsius, acrescentando, “e que continue assim”.

ENQUANTO ISSO…

 

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]