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Do rapto e sequestro à luxação
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– E aí, doutor? É apenas uma luxaçãozinha ou é algo mais sério?

Com esse simpático preâmbulo, a Sociedade Brasileira de Artroscopia e Traumatologia do Esporte (SBRATE) aproveita a Copa e distribui gratuitamente o Manual Básico de Traumatologia no Esporte para Profissionais da Imprensa.

No breve editorial, diz esperar que a publicação – com ilustrações extremamente didáticas – “possa ser útil a todos estes profissionais, ajudando-os na informação sobre conceitos básicos de anatomia, lesões, procedimentos e terminologia médica”.

Os autores são Moisés Cohen (SP) e Sandro da Silva Reginaldo (GO). A Sociedade tem como presidente Paulo Lobo (DF). Na verdade, o manual é de interesse também do torcedor de outros esportes e do público em geral, uma vez que explica coisas fundamentais para todos, como músculo (estrutura que move os segmentos do corpo por contratação), hematoma (coleção de sangue ocasionada por trauma sem lesão da pele), ligamento (tecido fibroso que une geralmente dois ossos, estabilizando a articulação), tendão (extremidade do músculo, cilíndrica ou em forma de fita, que o prende ao esqueleto) e fratura por stress (causada por uma sobrecarga contínua em um osso normal). Um bê-á-bá deveras interessante e útil. Traz, inclusive, imagens de métodos de diagnóstico e tipos de tratamento.

– Ou seja. Talvez agora muitos profissionais da imprensa deixem de dar mancadas, trocando as bolas. Algo muito comum, inclusive na área policial, onde há gente que ainda acha sequestro e rapto a mesma coisa, sinônimos. Em outras áreas, o adjetivo irascível vira irrascível. E (a) moral e (o) moral têm o mesmo sentido. Quando não, extrapolam: isso é de péssimo mau gosto

Como na área esportiva, notadamente no futebol, bola fora não é privilégio de narradores e comentaristas, há jogadores e cartolas que mandam a bola pro mato. Abundam coisas antológicas, ou antalógicas, como prefere Beronha.

Alguns exemplos:

– Chegarei de surpresa dia 15, às duas da tarde, vôo 619 da Varig.

(Mengálvio, ex-meia do Santos, em telegrama à família quando em excursão à Europa)

– Tanto na minha vida futebolística quanto com a minha vida ser humana…

(Nunes, ex-atacante do Flamengo, em uma entrevista antes do jogo de despedida do Zico)

– Que interessante, aqui no Japão só tem carro importado.

(Jardel, ex-atacante do Grêmio)

– As pessoas querem que o Brasil vença e ganhe.

(Dunga, em entrevista ao programa Terceiro Tempo)

– Tenho o maior orgulho de jogar na terra onde Cristo nasceu.

(Claudiomiro, meia do Inter, ao chegar em Belém do Pará para disputar uma partida contra o Paysandu, Brasileirão de 1972)

– Nem que eu tivesse dois pulmões eu alcançava essa bola.

(Bradock, amigo de Romário, reclamando de um passe longo)

– Na Bahia é todo mundo muito simpático. É um povo muito hospitalar.

(Zanata, ex-lateral do Fluminense)

– Jogador tem que ser completo como o pato, que é um bicho aquático e gramático.

(Vicente Matheus, presidente do Corinthians)

– O difícil, como vocês sabem, não é fácil.

(ainda Vicente Matheus)

– Haja o que hajar, o Corinthians vai ser campeão.

(o mesmo)

Portanto, bem-vindo o Manual Básico de Traumatologia no Esporte (não só para profissionais da imprensa).

ENQUANTO ISSO...

18 junho (1)

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